A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) realizou o primeiro ciclo de atualizações da plataforma inova-e, lançada em 2021 para organizar, estruturar, classificar e disponibilizar dados de investimentos público e publicamente orientados em pesquisa e desenvolvimento na área de energia. Anteriormente com dados de 2013 a 2018, a plataforma passa a contar com os dados relativos a 2019 e 2020. Segundo dados da plataforma, os investimentos públicos e publicamente orientados somaram R$ 3,7 bilhões em 2020, com destaque para aqueles recursos advindos dos programas regulados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que responderam por 78% do total mapeado pela Inova-e.
A participação dessas entidades nos investimentos vem, sobretudo, das cláusulas de PD&I dos contratos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, e do programa de P&D da Aneel.
Com relação à ANP, grande parte dos investimentos está associada a projetos ligados a combustíveis fósseis, mas também se destacam projetos relacionados a eólica offshore e hidrogênio verde, por exemplo. Já no caso da Aneel, os investimentos dizem respeito principalmente aos segmentos de distribuição, armazenamento e análise de sistemas energéticos.
A plataforma também indica que há uma predominância em tecnologias de baixo carbono no direcionamento dos investimentos públicos, cujos principais provedores são o BNDES, a Finep e o Cnen. Ainda assim, o CNPq e a Fapesp são responsáveis pela maior quantidade de projetos avaliados na plataforma.
Os investimentos públicos são predominantemente voltados às energias renováveis, eficiência energética e outras tecnologias de baixa intensidade de carbono. No período de 2016 a 2020, a plataforma registrou 1.304 projetos ligados à renováveis, 1.028 de eficiência energética e 876 de combustíveis fósseis, corroborando a participação da ANP nos investimentos.
Ainda assim, os dados da inova-e apontam crescente investimento em inovação na cadeia do hidrogênio, que passaram de R$ 4,9 milhões para R$ 28,9 milhões entre 2016 e 2020. Entretanto, a maior parte dos projetos ainda é voltada ao uso industrial. A EPE espera que nos próximos anos os investimentos em hidrogênio de baixo carbono ganhem mais importância no setor como um todo.
A plataforma é uma parceria entre a EPE, a Cepal e a CGEE, bem como com o Brazil Energy Programme, do Reino Unido, tendo apoio dos Ministérios de Minas e Energia (MME), de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e de Relações Exteriores (MRE).