A fabricante de pás eólicas Aeris Energy reportou prejuízo líquido de R$ 39,4 milhões no quarto trimestre de 2022, fechando o ano com um prejuízo consolidado de R$ 92,7 milhões. Segundo mensagem no balanço da companhia, as expectativas de resultados foram frustradas no ano, por imprevistos em projetos de linhas maduras, resultando num aumento na posição de estoques de matérias primas, e potencializado pela elevação da taxa básica de juros no Brasil.
Em 2022, a empresa produziu 1,8 mil pás, o que equivale a 2,8 GW equivalentes em potência de aerogeradores. No quarto trimestre de 2022, a empresa teve redução no volume de potenciais ordens cobertas por contratos de longo prazo, dar ordem de 1.518 MW, das quais foram produzidas 751 MW. Com isso, houve uma taxa média de ocupação da capacidade dedicada aos contratos de 38,7%.
Essa retração é justificada, principalmente, ao não atingimento dos volumes projetados para esse período, os quais a empresa espera que sejam recuperados em trimestres subsequentes uma vez que a companhia opera com excedente de estoques em processo.
Com isso, a Receita Operacional Líquida da fabricante ficou em R$ 2,47 bilhões em 2022, abaixo da expectativa divulgada em agosto do mesmo ano, entre R$ 2,6 bilhões e R$ 3,1 bilhões. Também houve redução na comparação com o ano de 2021, de 0,7%.
No 4T22 o Ebitda (lucro antes de juro, depreciação e amortização) foi de R$ 80,8 milhões, com margem de 12,3%. Em 2022, o Ebitda foi de R$ 267 milhões, com margem de 10,8%.
Crédito
A Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito da Aeris Energy em janeiro deste ano, como reflexo do desempenho da empresa e às incertezas no seu modelo de negócios.
“A companhia apresenta dificuldades operacionais na execução de seus contratos, e os novos projetos de energia eólica têm se mostrado menos competitivos no Brasil – o que se reflete em frustração recorrente das expectativas de evolução da carteira de contratos (backlog)”, diz análise da Fitch.
Produção
Desde a primeira pá entregue em 2012, a Aeris produziu mais 13,6 mil pás, o suficiente para equipar 14,2 GW equivalentes de usinas eólicas. Do total produzido, 3,9 GW foram destinados para exportação e 10,3 GW para o mercado doméstico, sendo 8,3 GW para eólicas que já entraram em operação no Brasil, e 2 GW de pás em parques em construção ou disponíveis para coleta dos clientes nos pátios da Aeris.
Os atuais contratos de fornecimento de longo prazo preveem potencial de entregas de mais 10,5 GW nos próximos dois anos e meio.
