A Vibra continua entusiasmada com a Comerc, onde tem 48,7% de participação, mas avalia que o crescimento das receitas da empresa deve desacelerar. “Há projetos menores para entrar, mas os maiores projetos da Comerc já entraram e, como não temos feito novos investimentos, principalmente em geração centralizada, o que vamos ver é crescimento nos próximos trimestres, mas em menor velocidade”, disse o presidente da Vibra, Ernesto Pousada.
A situação não muda, entretanto, a avaliação positiva que a Vibra faz da Comerc, que no segundo trimestre de 2024 manteve as receitas na casa do R$ 1 bilhão, como nos três meses anteriores. “Estamos satisfeitos com o negócio, está trazendo bons resultados para a organização. Já chegamos a um nível de R$ 1 bilhão e vamos continuar crescendo”, disse Pousada.
O trimestre também marca a conclusão do primeiro ciclo de projetos que foram aprovados quando a aquisição da participação na Comerc foi concluída, segundo os executivos da Vibra.
O diretor financeiro da Vibra, Augusto Ribeiro, avalia que há projetos que devem entrar em maturação ainda neste ano, com impactos para 2025. Segundo Pousada, além dos negócios já em desenvolvimento pela empresa, há outras oportunidades para “destravar valor”, como em iniciativas de eficiência energética e um possível projeto com o Itaú.
No início deste ano, a Comerc fechou um acordo com o Itaú Unibanco na criação de uma parceria na oferta e distribuição de serviços de migração para o mercado livre de energia na modalidade varejista. A ideia é oferecer aos clientes do banco que estejam conectados em média ou alta tensão a possibilidade de migração para o mercado livre.
No segundo trimestre de 2024, a Comerc teve receita de R$ 1 bilhão, com leve variação de 0,48% a menor em relação ao mesmo período de 2023. Em geração, a Comerc atingiu 2,1 GWp de capacidade total, sendo 1,8 GWp em geração centralizada e 284 MWp em geração distribuída.
Combustíveis e distribuidora
Em relação ao negócio de combustíveis da Vibra, a empresa apresenta tendência de recuperação do market share, com foco na rede de postos embandeirada e preservação de margens e rentabilidade.
“Em 12 meses, perdemos sim market share, e vamos retomar em 12, 15 meses, sem movimento abrupto, pois está sendo feito de forma sustentável” explicou Pousada. Segundo a empresa, seu market share é de 43,5% em combustíveis aditivados e premium na revenda.
O volume de vendas de combustíveis atingiu 8,8 milhões de m³ no trimestre, contra 9 milhões de m³ há um ano. Apesar da redução na comparação anual, o montante sugere tendência de recuperação, já que no primeiro trimestre de 2024 as vendas foram de 8,6 milhões de m³.
A Vibra fechou o trimestre com 8.023 postos embandeirados, contra 8,383 há um ano. O faturamento nas lojas de conveniência BR Mania atingiu R$ 418 milhões no trimestre, com aumento de 7% na base anual.
O negócio de lubrificantes registrou faturamento 39% maior do que no mesmo período de 2023. Foram vendidos 72 mil m³ de lubrificantes no trimestre, contra 68 mil m³ há um ano.
Lucro aumenta mais de cinco vezes em um ano
No segundo trimestre de 2024, a Vibra teve lucro líquido de R$ 867 milhões, mais de cinco vezes superior do que no mesmo período de 2023, quando o lucro foi de R$ 133 milhões. Segundo a empresa, este é o resultado de uma estratégia de redução de estoque.
“Foi uma decisão de negócios ter o primeiro trimestre com mais estoque e reduzir esse estoque no segundo trimestre”, explicou Pousada na teleconferência com acionistas sobre os resultados do trimestre, realizada nesta quarta-feira, 7 de agosto.
A receita líquida foi de R$ 42,2 milhões, com aumento de 13,2% na base anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,55 bilhão, 70,3% maior do que no segundo trimestre de 2023.