Geração renovável

Curtailment em parques da Equatorial cai de 36% para 16% após medida do ONS

Empresa aposta em melhoria significativa em 2025, após revisão dos modelos dos cortes pelo operador

Aerogerador da Echoenergia, braço de geração renovável do grupo Equatorial
Aerogerador da Echoenergia, braço de geração renovável do grupo Equatorial | Foto: Divulgação

A mudança na metodologia dos cortes de geração renovável implementada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a partir de setembro ajudou a aliviar os impactos do curtailment nos parques da Echoenergia, braço de geração renovável do Grupo Equatorial.

Em teleconferência realizada nesta quinta-feira, 14 de novembro, para comentar os resultados do terceiro trimestre do ano, o diretor-presidente da Echoenergia, Liu Aquino, contou que os cortes saíram de uma média de cerca de 36% no período de julho a setembro para cerca de 16% em outubro. Os efeitos totais, contudo, ainda não foram vistos, e o cenário deve melhorar após a entrada de linhas de transmissão adicionais em outubro.

“A gente ainda não consegue precisar o quanto significativa essa redução é para o nosso portfólio, mas outra medida que ela vai impactar, e essa é a nossa percepção aqui mais significativamente, é a questão da modelagem matemática. Os modelos matemáticos, que foram requisitados pelo ONS, eles estão sendo discutidos em conjunto. Assim que a gente conseguir finalizar e for implementada, a gente espera uma redução mais significativa ainda no ano que vem”, disse Liu Aquino.

A Echoenergia tem 12 empreendimentos na região Nordeste do Brasil, nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, com mais de 1,2 GW operacionais, e seus ativos, principalmente nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, têm sido bastante afetados pelos cortes de geração impostos pelo ONS para a segurança do sistema.

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No terceiro trimestre do ano, os cortes somaram 318 MW médios, 36,2% da geração total (885 MW médios), com maior impacto no Complexo Eólico de Serra do Mel.

Lucro em alta mesmo com cortes

Mesmo com os cortes, a Echoenergia teve lucro de R$ 74 milhões no trimestre, alta de 29,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da companhia cresceu 35,3%, a R$ 389 milhões, devido a entrada de operação de novos empreendimentos e pelo excedente de geração da Echo Participações, efeitos que ajudaram a compensar o curtailment.

O resultado da geradora renovável contribuiu com o do grupo.

No trimestre, o lucro líquido ajustado da Equatorial cresceu 25,4%, a R$ 790 milhões. A receita operacional líquida, por sua vez, teve alta de 19,3%, a R$ 12,3 milhões, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 16,3%, a R$ 2,9 bilhões.

Bons resultados em distribuição

Em distribuição, o desempenho da companhia foi 8% maior no trimestre, a R$ 956 milhões, refletindo o desempenho dos mercados em que atua.

A energia distribuída pelas sete concessionárias da Equatorial apresentou crescimento consolidado de 6,7% acima do terceiro trimestre de 2023, quando a empresa reportou altos volumes, fruto do aumento de renda e altas temperaturas. Mesmo com uma forte trajetória de crescimento de volumes na distribuição, o grupo segue pelo quarto trimestre consecutivo abaixo do limite regulatório de perdas.

“Alcançamos um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado de R$ 2,09 bilhões no trimestre, 16% acima do mesmo trimestre do ano passado, em função da performance do segmento de distribuição”, disse Augusto Miranda, presidente do grupo Equatorial, durante a teleconferência.

Renovação das concessões

Sobre a prorrogação da concessão das distribuidoras, Cristiano Logrado, diretor de Regulação e Mercado da Equatorial, declarou que a minuto de contrato colocada em consulta pública pela Aneel veio muito em linha com as expectativas.

A exceção é a parte que exige a renúncia das disputas judiciais para a renovação. “Não está previsto no contrato, então certamente a gente vai questionar isso perante a Aneel. A expectativa é trabalhar melhor essa questão ao longo dos próximos três meses, depois do fim da audiência pública, a gente pode discutir um pouco mais”, explicou o diretor.

Em relação aos outros pontos do contrato, a empresa pretende trabalhar outros detalhes junto ao regulador, como melhorar os prazos para atuação de alguns pontos.