A Eletrobras busca a habilitação ambiental para as suas hidrelétricas para participar do leilão de reserva de capacidade, enquanto aguarda a definição das regras e a data definitiva para realização do certame. A declaração foi feita pelo vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Élio Woff, durante teleconferência para apresentação dos resultados do segundo trimestre, realizada nesta quinta-feira, 8 de agosto.
A Eletrobras está dentro da lista de empresas que aguarda o Ministério de Minas e Energia (MME) para definir a estratégia de participação no leilão. Hoje, em sua teleconferência de resultados, a Copel reafirmou seu interesse em participar do certame e o aguardo da portaria com as diretrizes.
Quando questionado sobre a chance de a greve do Ibama ser um desafio para a empresa entrar no certame, o executivo disse que, no momento, “não tem entrave nenhum”, mas que o cenário pode mudar “à medida que o projeto evolui”. Wolf não deu detalhes sobre qual projeto poderia entrar no leilão, contudo, em entrevista à MegaWhat em abril, disse que a empresa estudava adicionar novas máquinas em suas hidrelétricas e tinha a expectativa de chegar a “gigas”.
Comercialização de energia
A Eletrobras também tem dedicado sua atenção ao setor de comercialização de energia. De acordo com o vice-presidente da área, Ítalo Freitas, o “investimento pesado do portfólio” fez a companhia saltar de 265 clientes no mercado livre de energia no segundo trimestre de 2023 para 432 no segundo trimestre deste ano.
Na etapa, as empresas Eletrobras venderam 25,2 TWh de energia, aumento de 25% frente aos 20,1 TWh negociados no 2T23. O volume inclui a energia vendida das usinas sob o regime de cotas, renovadas pela Lei 12.783/2013, bem como pelas usinas sob regime de exploração (Ambientes de Contratação Livre e Regulado).
Segundo Freitas, está prevista uma descontratação de parte das hidrelétricas da empresa nos próximos anos para que a energia seja “liberada para negociação no mercado livre”, com o objetivo central de a empresa buscar o cliente final.
PMSO
A teleconferência de resultados foi iniciada por Ivan Monteiro, presidente-executivo da Eletrobras, que destacou que os custos da empresa estão abaixo da meta estabelecida para este ano. A meta da companhia é encerrar o ano com as despesas de pessoas, material, serviços e outros (PMSO) em R$ 7 bilhões.
“Porém, os resultados do segundo trimestre já apontam para um PMSO recorrente na faixa de R$ 6,3 bilhões. Apesar de todo o avanço nessa agenda, temos ganhos de eficiência importantes para capturar de vários processos internos e a nossa expectativa é que a gente atinja um patamar de rentabilidade e um patamar de eficiência semelhante aos nossos pares”, falou Monteiro.
Resultados Eletrobras
A Eletrobras contabilizou lucro líquido de R$ 1,742 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 7,6% na comparação com o mesmo período de 2023.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) regulatório recorrente chegou a R$ 6 bilhões, crescimento de R$ 484 milhões na mesma base de relação. Por outro lado, a receita líquida da empresa caiu 9,2%, a R$ 8,4 bilhões.
De acordo com o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Eduardo Haiama, a incorporação de Furnas, concluída no início de julho, foi um passo importante para a simplificação da estrutura societária da empresa, gerando maior celeridade no processo decisório e ganhos de eficiência, através da unificação e padronização de processos, eliminação de redundâncias e racionalização do uso de recursos.
No 2T24, a Eletrobras reconheceu R$ 1,1 bilhão em créditos fiscais com a incorporação de Furnas. Em sua explicação, Haiama destacou que o desempenho é explicado por fatores relativos à estrutura de capital, como financiamento de projetos e de crescimento da empresa, que devem ser feitos especialmente com recursos da holding e de Furnas, entre outros pontos.