A estatal mineira Cemig teve lucro líquido de R$ 1,7 bilhão no segundo trimestre deste ano, crescimento de 35,6% na comparação com o mesmo intervalo de 2023, refletindo crescimento da receita, redução de despesas operacionais e a melhora expressiva do seu resultado financeiro.
Apesar dos efeitos contábeis positivos, a Cemig teve resultados operacionais mistos, com queda no mercado cativo da distribuidora e aumento das perdas, e o grande destaque positivo ficou para o anúncio dos dividendos que serão distribuídos aos acionistas.
Receita maior
A receita líquida cresceu 7% no trimestre, a R$ 6,25 bilhões, e as despesas operacionais caíram 25,4%, a R$ 1,2 bilhão, depois da reversão de uma provisão da ordem de R$ 429,5 milhões.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado cresceu 26,2%, a R$ 2,37 bilhões. Já a receita financeira da companhia cresceu 196,7%, a R$ 118,11 milhões, devido à melhoria na receita com rendimentos de aplicações financeiras e o reconhecimento de um ganho com hedge contratado para proteção contra variação cambial da dívida emitida em euros.
Aumento nas perdas
A companhia reportou crescimento de 2,9% na energia total distribuída, a 12.225 GWh. No mercado cativo, porém, houve queda de 0,4% da energia distribuída, a 5.923 GWh, enquanto o transporte para consumidores livres cresceu 6,2%, a 6.301 GWh.
A carga fio somou 15.219 GWh, alta de 7,9%, com destaque para o crescimento de 35% do mercado de geração distribuída (GD), a 1.487 GWh. As perdas na rede de distribuição também tiveram alta expressiva, de 23,8%, a 1.589 GWh.
Com isso, as perdas totais somaram 10,91% da carga, acima da meta regulatória, de 10,66%.
No braço de geração e transmissão (Cemig GT), houve redução de 24,3% na energia faturada, a 4.844 GWh, o que, segundo a companhia, refletiu a transferência de contratos para a Cemig Holding, onde a energia faturada cresceu 38,5%, a 4.714 GWh. No total, houve queda de 2,5%, a 9.558 GWh.
Dividendos, o destaque positivo
A Cemig informou ainda que vai distribuir R$ 1,42 bilhão em dividendos extraordinários, que, somados ao juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 816 milhões, resulta num montante de R$ 2,24 bilhões a ser pago aos acionistas referente ao primeiro semestre do ano.
Segundo o BTG Pactual, esse foi o destaque positivo dos resultados da empresa. Considerando a conclusão da venda da participação na Aliança Energia para a Vale, o banco estima que a companhia deve distribuir R$ 4,47 bilhões aos acionistas em proventos em 2024, resultando num dividend yield ( índice que mostra o dividendo pago por ação em relação ao preço pago por aquele papel) de 14% no ano.