A Orizon VR, empresa que recebe resíduos urbanos e gera energia e créditos de carbono a partir desta matéria, aumentou em 13% a produção de biogás em seus aterros no trimestre, a 62,6 Nm³ por hora. O aumento se deu pela implementação de instalações para a captação do gás em ativos recém-adquiridos pela companhia, especialmente em Sergipe e Maceió.
“É natural que a gente vá crescendo a dois dígitos em relação ao ano anterior o volume de biogás”, disse o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da companhia, Leonardo Santos, em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre realizada nesta quinta-feira, 15 de agosto.
Para os próximos períodos, a empresa espera faturar ainda mais com o biogás, já que nem todas as plantas produtoras estão comercializando o combustível. É o caso das instalações de Itapevi (São Paulo), Sergipe, Maceió e, parcialmente, Tremembé e Pulínia, também em São Paulo.
Biometano
A Orizon também espera começar a comercializar biometano a partir de 2025. O combustível é produzido a partir do biogás e tem maior concentração de metano, o que permite que seja um substituto a gás natural.
A Orizon investiu, no segundo trimestre de 2024, R$ 44,9 milhões na implementação de usina para biometano na planta de Jaboatão dos Guararapes, que deve começar a produzir biometano no primeiro trimestre de 2025. A planta de Paulínia também recebeu investimentos para produzir o combustível, e deve começar a monetizar o biometano no segundo semestre de 2025.
No total, a Orizon avalia que os projetos poderão render cerca de R$ 25 milhões por trimestre em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) quando estiverem operacionais.
Em julho, a empresa fechou acordo com a Edge, do grupo Compass, para fornecimento de 25 mil Nm³ por dia por dez anos, a partir de 2026. O gás será gerado no ecoparque de Itapevi. Segundo o presidente da Orizon, Milton Pilão, a empresa pretende fechar novos acordos de longo prazo “em todos os Ecoparques ao longo dos próximos meses”.
Resultados
A Orizon fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 11,1 milhões, revertendo prejuízo de R$ 2,8 milhões registrado há um ano.
A receita operacional líquida foi de R$ 215 milhões, um avanço de 10% na comparação anual. O maior faturamento veio da divisão de tratamento e destinação final de resíduos, a R$ 160 milhões. A divisão de energia, biogás e crédito de carbono faturou R$ 33,9 milhões, com crescimento de 24% na comparação com o mesmo período de 2023.
A produção de biogás foi de 62,9 Nm³ por hora, com crescimento de 13% na comparação anual. A produção de energia elétrica recuou 4%, a 96,3 mil MWh. Segundo Leonardo Santos, a redução ocorreu “em um ativo específico no Nordeste, nada relevante, bem pontual”.
A geração de créditos de carbono atingiu 873,8 toneladas de CO2 equivalentes, um avanço de 24% na comparação anual.