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WEG se prepara para oportunidades em armazenamento no Brasil

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WEG / Divulgação

A WEG se viu “surpresa” com a retomada de pedidos de geração centralizada solar no último trimestre de 2024 e espera novas entregas para o segmento até o início do segundo trimestre deste ano, enquanto se prepara para o mercado de sistemas de armazenamento quando as “oportunidades surgirem” e lida com as taxas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em teleconferência de resultados para apresentação dos resultados do quarto trimestre, André Salgueiro, diretor de Finanças e Relação com Investidores da empresa, pontuou que o leilão exclusivo para baterias, que deve acontecer em 2025, é uma oportunidade de desenvolvimento do mercado, mas que só acredita em seu desenvolvimento no Brasil no médio e longo prazo.

“Tem a possibilidade de ser um mercado importante daqui a alguns anos, porém é preciso uma demanda estruturada para isso acontecer. O leilão é uma possibilidade, mas ainda não temos nada definido como as regras, tamanho, volume e datas. Estamos trabalhando, desenvolvendo a tecnologia e preparados para endereçar o mercado assim que as oportunidades delas aparecerem”, falou Salgueiro.

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O 4T24 da WEG no Brasil

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Em sua apresentação, Salgueiro destacou o bom desempenho nas vendas de equipamentos de ciclo longo, com destaque para os projetos de transmissão & distribuição (T&D), justificada pelas entregas de transformadores de grande porte e subestações ligados a projetos de transmissão e redes de distribuição.

O executivo também pontuou o bom volume de entregas no negócio de geração solar distribuída (GD), aliada à retomada de projetos de geração solar centralizada. De acordo com a empresa, o crescimento da receita só não foi maior em virtude da redução da entrega de aerogeradores, em um movimento já antecipado de queda na carteira de pedidos.

“Os kits de GD voltaram a apresentar crescimento de receita. Mas, a grande novidade foi a parte de geração centralizada. Começamos algumas entregadas ao longo do quarto trimestre, anunciamos ao mercado um contrato e temos outros clientes na carteria. Nesta parte do negócio de geração centralizada, teremos uma boa carteira para o primeiro semestre e início do segundo semestre deste ano”, disse ele.

Fora do país

No mercado externo, o diretor destacou o bom desempenho dos negócios de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD), devido ao volume de transformadores para parques de geração de energia renovável e infraestrutura da rede elétrica nos Estados Unidos.

Em geração, o destaque ficou para os negócios entregues na Europa, com a incorporação dos negócios da Marathon, Chain e Roto e também da Volt Electric Moto.

“Continuamos com os investimentos no México, com avanço da construção da nova fábrica de transformadores, melhorias na capacidade produtiva da fábrica de motores elétricos e expansão da unidade de automação. E na China, com ampliação da capacidade de produção de motores de baixa tensão”, pontuou.

Por sua vez, André Rodrigues, diretor Administrativo Financeiro, ressaltou que as medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não devem alterar os investimentos da empresa, por enquanto.

No entanto, a fala de Rodrigues na teleconferência antecedeu a confirmação por Trump, via sua rede social Truth, de que as tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México entrarão em vigor em 4 de março. Ele também declarou a imposição de um imposto adicional de 10% sobre produtos importados da China.

Resultados da etapa

A WEG registrou lucro líquido de R$ 1,69 bilhão no quarto trimestre de 2024, queda de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 2,38 milhões, alta de 30,5%.

Também houve uma elevação de 26,4% na receita operacional líquida, que atingiu R$ 10,82 milhões. Do valor, o mercado interno respondeu por 4,43 bilhões, alta de 14,1%, enquanto o externo registrou R$ 6,3 bilhões, crescimento de 7%.

Segundo a empresa, a receita do mercado externo em reais foi impactada pela variação do dólar norte-americano médio, que passou de R$ 4,95 no 4T23 para R$ 5,84 no 4T24, uma valorização de 18,0% em relação ao real.