Economia e Política

Transição energética está longe de seu rumo, diz La Camera

A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) publicou o relatório “Panorama das Transições Energéticas Mundiais 2022”, no qual afirma que as intervenções de curto prazo para a crise energética atual devem ser acompanhadas por objetivos de médio e longo prazo ligados à transição energética.

“A transição energética está longe do seu rumo e apenas ações radicais nos próximos anos poderão nos dar uma chance de atingir nossos objetivos climáticos. Hoje, os governos estão enfrentando diversos desafios de segurança energética, recuperação econômica e a acessibilidade das contas de energia residenciais e empresariais. Muitas respostas estão na transição acelerada, mas é uma escolha política implementar ações que contemplem os Acordos de Paris e a agenda do Desenvolvimento Sustentável”, afirma Francesco La Camera, diretor-geral da Irena.

Segundo o relatório, a transição energética para as renováveis contará com grande participação do hidrogênio verde, da biomassa sustentável e da descarbonização, impulsionando também desenvolvimento na área de eletromobilidade. Entretanto, para que esses objetivos sejam atingidos, é necessário um apoio dos grandes países consumidores e emissores de carbono do G20 e do G7, levando financiamento climático, transferência de conhecimento e assistência a todo o mundo.

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Para isso, a agência ressalta a importância de focar em algumas áreas, como eletrificação e eficiência energética, fazendo uso de ações baseadas em tecnologias já disponíveis para que o setor alcance a meta das emissões zero de carbono até a metade do século.

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O documento da agência ainda estima um investimento necessário de US$ 5,7 trilhões por ano até 2030 para a transição energética, além de redirecionar o dinheiro investido nos combustíveis fósseis. Esse investimento, segundo o relatório, geraria cerca de 85 milhões de emprego na área de renováveis ao redor do mundo.

Além disso, as energias renováveis deveriam aumentar sua participação de 14% a 40% em todos os setores até 2030, triplicando suas adições anuais até a data estimada, como recomendado pelo Painel Intergovernamental da Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, a energia proveniente do carvão deveria ser completamente substituída, os combustíveis fósseis diminuídos e a infraestrutura modernizada.