Eficiência energética

América latina ocupa última posição em índice da Siemens Energy sobre transição energética

A América Latina é a região com o menor progresso em transição energética do mundo, registrando 22% de maturidade do sistema. A análise é do índice global de prontidão para a transição energética da Siemens Energy, em parceria com a consultoria Roland Berger, e que entrevistou quase 2 mil especialistas e tomadores de decisão de todo o setor de energia de diversos países.  

Global environmental sustainability background green technology
Global environmental sustainability background green technology

A América Latina é a região com o menor progresso em transição energética do mundo, registrando 22% de maturidade do sistema. A análise é do índice global de prontidão para a transição energética da Siemens Energy, em parceria com a consultoria Roland Berger, e que entrevistou quase 2 mil especialistas e tomadores de decisão de todo o setor de energia de diversos países.

“A América Latina contribui pouco para a mudança climática, respondendo por apenas 5% das emissões globais de CO2 em 2020, embora as emissões da região tenham crescido cerca de 20% entre 2005 e 2019. […] Colocar as emissões no caminho certo e alcançar reduções no médio e longo prazo será bastante desafiador, mas garantirá ao mesmo tempo crescimento econômico e bem-estar social na região.”, diz o documento.

Segundo a pesquisa, os países latino-americanos possuem uma considerável expansão das fontes renováveis, porém tecnologias como power-to-X (técnica que permite converter, armazenar e utilizar energia elétrica renovável) e captura, uso e armazenamento de carbono mostram um menor progresso, o que deixa a região atrás da América do Norte (34%), Europa (33%), do Oriente Médio e África (26%) e da Ásia-Pacífico (25%) no ranking de maturidade do sistema para a transição energética.

Durante as entrevistas, os especialistas afirmaram que os níveis de emissões de dióxido de carbono na América Latina devem cair cerca de 37% até 2030, em comparação com as taxas de 2005, para que os países da região alcancem suas metas de descarbonização.

Na avaliação de André Clark, diretor-geral da Siemens Energy no Brasil, apesar do resultado, a América Latina pode mudar esse cenário e alcançar as metas climáticas quando as lideranças desses países começarem a traçar estratégias que ultrapassem a demanda local de energia renovável com vistas ao mercado externo.

“O tamanho do desafio [na América Latina] só não é maior que a expectativa de ganhos por meio de sua consolidação enquanto potência verde. Apesar de a região apresentar o menor progresso percebido nas prioridades energéticas na comparação com as outras regiões, as perspectivas são positivas, caso seja adotada uma política de desenvolvimento industrial verde, inovadora e voltada para o planeta”, afirma o executivo.

Para Clark, um dos caminhos a serem seguidos deve ser por meio de iniciativas e políticas voltadas ao mercado de hidrogênio verde, power-to-x e captura, uso e armazenamento de carbono, que devem ocupar espaço significativo no avanço das estratégias de transição energética de empresas e dos governos da América Latina, seja por meio de parcerias existentes ou alianças transnacionais.

Globalmente, Clark acredita que governos, empresas e sociedade devem atuar juntos para alcançarem a transição energética. Para isso, o diretor-geral da Siemens Energy no Brasil destaca cinco pontos vistos como primordiais: expansão massiva das fontes renováveis; aprimoramento da eficiência energética, com economia e aumento da eletrificação nas indústrias; fortalecimento das redes elétricas, com integração para além das fronteiras; utilização da infraestrutura existente; e o gerenciamento da cadeia de suprimentos e de matérias-primas minerais e componentes necessários, usando desde as baterias até os aerogeradores e placas fotovoltaicas.

“Não há desculpas para esperar mais. É necessário um esforço global imediato, vigoroso e coordenado para evitar as piores consequências das mudanças climáticas – em todas as regiões do mundo, e em todos os setores.”, concluiu o executivo.