A energia solar fotovoltaica se tornará a fonte renovável com melhor custo competitivo na América Latina a partir de 2023, ultrapassando energia eólica onshore, prevê o último relatório sobre o custo nivelado de eletricidade na América Latina (LOCE, na sigla em inglês) na consultoria britânica Wood Mackenzie. No Brasil, a fonte solar superará a onshore a partir de 2025, segundo as previsões da empresa.
De acordo com a gerente de Pesquisa da América Latina Power & Renewables da Wood Mackenzie, Leila Garcia da Fonseca, os estudos preveem uma redução média de 55% nos custos da energia solar entre 2022 e 2050, como consequência dos aprimoramentos da tecnologia. Nesse horizonte, o estudo da Wood Mackenzie projeta que o custo da fonte solar fotovoltaica será de US$ 14 por MWh.
As maiores quedas no LOCE projetadas pela consultoria britânica ocorrerão no México e no Chile, onde a procura pela fotovoltaica ocasionará um aumento da capacidade instalada.
“A demanda de energia [solar] na América Latina deve quase dobrar até 2040 em comparação com os níveis de 2021 – uma taxa de crescimento maior do que a América do Norte. No entanto, apesar de a região já ser pioneira na geração de energia renovável, ainda restam dúvidas sobre como a América Latina contribuirá para o esforço global de transição energética”, afirma Fonseca.
Brasil
Apesar da queda nos custos da energia solar fotovoltaica no Brasil, a Wood Mackenzie acredita que a fonte não será a mais competitiva no país. O relatório da entidade prevê que o LOCE mais competitivo será da fonte eólica offshore, que custará US$ 79,7 MWh a partir de 2035.
Esse cenário também será replicado na Colômbia, onde a offshore custará R$ 57,3 MWh.
Os eletrolisadores, nas regiões, devem ajudar na competitividade da fonte, já que, segundo a entidade, eliminam a necessidade de investimento em transmissão, o que se traduz em uma redução adicional de 13% no LOCE. Porém, mesmo com a queda nos custos de 46% nos dois países, a fonte eólica offshore não atingirá a paridade de outras renováveis, por enquanto.
Um outro fator que colaborará para redução dos custos é a produção de hidrogênio verde, com os primeiros projetos previstos para entrar em operação em 2032.
“Esperamos que a atratividade das fontes convencionais diminua com o tempo à medida que os mandatos de ESG crescem. Com oportunidades limitadas de inovação, as perspectivas de reduções significativas de custos para usinas hidrelétricas e térmicas são nulas. O aumento das barreiras regulatórias e ambientais também tornará esses projetos menos financiáveis e, portanto, mais caros”, conclui Fonseca.