Apesar de os reservatórios de gás natural dos países europeus estarem prontos para enfrentar o inverno de 2022, com 95% do nível de armazenamento, a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) aponta que a Europa precisa começar a se preocupar com o próximo inverno. Para a IEA, o bloco se beneficiou de ‘fatores-chaves’ que ajudarão na estocagem antes do inverno deste ano, mas que esse cenário não será repetido em 2023.
O novo relatório intitulado ‘Never Too Early to Prepare for Next Winter’ estima que caso a China retorne suas importações de gás natural liquefeito (GNL) no próximo ano para os níveis de 2021 – já que a política de ‘covid zero’ afetou a plena retomada econômica do país -, será responsável, sozinha, pelo aumento de 85% da demanda global do ativo.
Outro fator que deve impactar o próximo inverno europeu é uma possível interrupção total das entregas da Rússia, resultando em uma escassez de até 30 bilhões de metros cúbicos de gás durante o próximo verão, período considerado como chave para abastecer os reservatórios antes do inverno, da Europa. De acordo com a agência, o fornecimento de gás russo até o final do primeiro semestre foi determinante para o bloco conseguir preencher os reservatórios antes do inverno.
Essa lacuna pode representar quase metade do gás necessário para restabelecer os locais de armazenamento até 95% da capacidade. “Quando olhamos para as últimas tendências e prováveis desenvolvimentos nos mercados de gás global e europeu, vemos que a Europa está preparada para enfrentar um desafio ainda mais severo no próximo inverno. É por isso que os governos precisam tomar medidas imediatas para acelerar as melhorias na eficiência energética e acelerar a implantação de energias renováveis , além de outras medidas para reduzir estruturalmente a demanda de gás”, conclui o relatório.