O avanço da nova capacidade por fontes descentralizadas e intermitentes tem ampliado a complexidade de operação no Sistema Interligado Nacional (SIN) brasileiro, que precisa aumentar sua segurança energética ao passo que evolui tecnologicamente. Para André Clark, vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina, soluções para essas questões devem vir antes mesmo da exportação de energia.
“A malha brasileira precisa de tecnologia para lidar com o alto nível de renováveis entrantes. Além disso, precisamos de segurança energética para lidar com a energia excedente. Depois de resolver esses problemas podemos pensar em exportação [de energia] e em outras coisas. O que precisamos, primeiramente, é melhorar nossa competitividade”, destacou Clark em painel do Brazil Climate Summit realizado nesta quarta-feira, 13 de setembro.
Segundo executivo, apesar de ter um sistema quase que totalmente integrado e que difere de outros países, o Brasil precisa examinar sua atual estrutura, que em alguns casos têm mais de 40 anos, e pensar em inovações para que seu sistema atenda a sobreoferta de renováveis e toda a demanda industrial, que pode vir do hidrogênio.
Além disso, Clark destacou que o governo deve investir na modernização da malha, focando, por exemplo, na padronização de equipamentos, sem deixar de lado a qualidade do serviço.
“O Brasil é o único país que tem um sistema de controle totalmente integrado, totalmente na nuvem. É um software na nuvem que controla o sistema brasileiro”, destacou o VP.
Para finalizar, o executivo frisou que outro desafio do país é realizar a modernização do sistema sem pressionar as tarifas, criando condições para que a indústria de soluções para o setor atendam à demanda sem aumentos.