O comando dado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mobilize recursos para atendimento à ponta da carga em outubro e novembro considera o despacho térmico apenas em horário restrito, entre 17h e 22h.
No entanto, outras tratativas estão em curso, como a antecipação da entrega de potência da termelétrica Termopernambuco, da Neoenergia, para o mês de outubro. As previsões foram apresentadas nesta quinta-feira, 29 de agosto, durante a reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) de setembro.
O novo contrato da usina só iniciaria em julho de 2026, no contexto do leilão de reserva de capacidade de 2021. No certame, foi vendida toda sua capacidade disponível, de 498 MW, ao preço da potência R$ 487.412,70 MW/ano.
“Está em discussão essa possibilidade de antecipação, sim. Está sendo conduzido pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]. E assim que isso estiver finalizado, oficializado, vai ser dada publicidade, inclusive de todos os aspectos que foram questionados”, respondeu o operador quanto aos questionamentos sobre o tema.
Os aspectos mencionados dizem respeito ao custo variável unitário (CVU) da usina, modelagem e representação nos sistemas de custo futuro.
Em agosto, a geração térmica superou 7,8 GW médios, considerando as usinas nucleares em 2 GW médios. Por razão elétrica, a geração alcançou 803 MW médios, enquanto por ordem de mérito atingiu 3,1 GW médios e 1,9 GW médios por inflexibilidade.
O montante total de geração térmica foi superior na comparação com julho, quando atingiu 6,5 GW. Já a exportação foi menor, de 793 MW médios, enquanto julho superou 1,16 GW médios.
“Devido às condições do SIN [Sistema Interligado Nacional], existe alta probabilidade de manutenção do despacho térmico adicional para atendimento à ponta da carga para os dias úteis da próxima semana, além de possível despacho para atendimento da área de Manaus”, destacou o operador.
Política de operação energética
Para setembro, o operador prevê que o submercado Sudeste/Centro-Oeste parta de uma geração dimensionada para controle do nível e atendimento à carga pesada, além de uma alocação de potência monitorada nas hidrelétricas do Grande e Paraíba.
No Sul, a expectativa é de geração dimensionada para controle do nível e atendimento à ponta da carga. O Nordeste também terá geração dimensionada para atendimento às restrições hidráulicas e exportação de energia para o Sudeste.
Diante das condições de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN), dos subsistemas, em pleno período seco, há a expectativa de um uso maior, mais intenso, da energia armazenada nos reservatórios.
No Sudeste, houve uma queda de 5,8 pontos percentuais em relação ao mês de julho. O Sul foi bastante explorado, caindo em 21,7 pontos percentuais, no Nordeste, 6,1, e no Norte, 4,7 pontos percentuais.
As bacias hidrográficas da região Sul, Sudeste e Norte, exceto Tocantins, apresentam precipitação inferior à média. “Esse é o cenário em que a gente está, em período seco e a expectativa de um período seco com temperaturas elevadas e tendências maiores de queimada”, pontuou a apresentação do ONS.