Geração

Bahia espera terceira onda de usinas renováveis no final de 2026

Parque eólico na Bahia. Foto: Divulgação
Parque eólico na Bahia. Foto: Divulgação

O governo da Bahia espera a retomada da implantação de projetos eólicos e solares no final de 2026, e ao que atribui a uma terceira onda das renováveis no estado. A expectativa está alinhada aos esforços para soluções de gargalos estruturais, como a necessidade de novas linhas e reforços de transmissão e medidas para mitigar os cortes de energia, conhecidos como curtailment.

Atualmente, as eólicas e solares em operação comercial no estado totalizam 13,7 GW de capacidade instalada. Em plantas eólicas, a Bahia lidera a geração do país, com 11,3 GW dos 33,7 GW instalados no país.

Para Tarcísio Branco, diretor de Fomento à Indústria de Energias Renováveis e Interiorização do Desenvolvimento do estado, o país passa pela segunda onda de desenvolvimento renováveis, ainda refletindo a corrida pelos descontos nas tarifas de distribuição e transmissão para as geradoras.

“Vai ter uma terceira onda, se eu posso chamar assim, de renováveis, com outras condições, outras perspectivas. Mas, é óbvio que dessa segunda onda agora nem todos esses projetos iriam ser implementados. Até porque não tinha capacidade para essa energia”, disse Branco, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, durante cerimônia de inauguração da eólica Pedra Pintada, da Enel Green Power.

A expectativa para a terceira onda surge dos ativos que ficaram na prateleira dessas empresas, que já estariam articulando os investimentos alinhados à atração de projetos de hidrogênio verde e seus derivados, amônia, metanol, entre outros.

“À medida em que a rede vai ganhando capacidade de injeção dessa energia gerada e surgem outras soluções, com a questão de atração de data centers, que virou uma pauta nacional. Na Bahia, estamos cumprindo nosso papel”, completou Branco.

Bahia amplia escoamento de renováveis

Enquanto a terceira onda não começa, os geradores renováveis vivem um período de análise dos futuros investimentos. Isso porque, o cenário é de preços baixos de energia no mercado de curto prazo, instabilidade econômica e de cortes de geração, numa soma de sobreoferta de energia e restrição de segurança da transmissão.

No licenciamento para escoamento dessa geração, Tarcísio Branco disse que o estado não tem tido dificuldades no licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas que, no âmbito estadual, houve aumento considerável de projetos, o que demandou a ampliação da contratação de novos técnicos e a realização de concursos para o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Um dos projetos que deve auxiliar na conexão de novas usinas eólicas e solares é a linha de transmissão de 1.100 km de Barra, na Bahia, até o norte de Minas Gerais. A instalação da ISA Energia chegou ao seu último trecho e aguarda licença para iniciar as obras, já prevendo uma antecipação de quase dois anos na entrada em operação comercial – de 2029 para 2027.

“Temos esse gargalo [da transmissão], mas por um bom problema. Porque está tendo mais demanda, está tendo desenvolvimento no estado. O governo [Bahia] autorizou a contratação de 190 técnicos, o que deu uma robustez considerável. Um outro gargalo, que era a questão das regularizações fundiárias, isso já foi sanado”, apontou Tarcísio Branco.

*A jornalista Natália Bezutti viajou a convite da Enel