A cogeração de energia fechou o mês de março com 20,5 GW em operação comercial no Brasil, crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2021, representando 10,8% da matriz elétrica brasileira, de 191,4 GW. O volume consta em levantamento realizado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), com base em dados Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Houve também um incremento de 40 MW derivados do uso do bagaço de cana da usina CVW Energética, no Alagoas. A utilização do bagaço é responsável por 12,4 GW de capacidade instalada, originários de 387 usinas, e equivalente a 60,4% do total da cogeração de energia.
Ainda aparecem no levantamento da Cogen: o licor negro (3,407 GW, com 21 usinas; gás natural (3,152 GW), tem 93 usinas; cavaco de madeira (880 MW), com 70 usinas; biogás (376 MW), tem 51 usinas. Outras fontes somam uma capacidade instalada de 299 MW, oriundas de 32 usinas.
Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,437 GW), Papel e Celulose (3,262 GW), Petroquímico (2,305 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).
Para Newton Duarte, presidente-executivo da Cogen, as usinas de cogeração movidas a biomassa têm potencial de crescimento expressivo no Brasil neste ano, especialmente, quando existe a possibilidade de usar a cana-de-açúcar e seus resíduos, como, por exemplo, a vinhaça da produção do etanol e da torta de filtro, na produção de biometano.
Atualmente, o estado de São Paulo lidera o ranking de cogeração por biomassa, com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais (2,1 GW instalados); Mato Grosso do Sul (1,9 GW instalados); Goiás (1,5 GW instalados); Rio de Janeiro e Paraná (cada um com 1,3 GW instalados) e Bahia (1,1 GW instalados).
“Também apostamos no crescimento da cogeração a gás natural, principalmente com as perspectivas de novos ofertantes da molécula a preços mais competitivos, fator que pode trazer uma maior viabilidade para os projetos de cogeração”, afirma Duarte.
Citando dados da Aneel, a Cogen estima que 1,7 GW em cogeração de energia devem ser liberados para operação comercial até 2026.