As maiores oportunidades socioambientais para a expansão energética nos próximos 10 anos estão relacionadas ao maior aproveitamento energético de resíduos, otimização de recursos e de infraestrutura, além do aprimoramento de mecanismos de sustentabilidade e de descarbonização para projetos energéticos. A conclusão é do caderno Energia e Meio Ambiente do Plano Decenal de Expansão (PDE) 2032, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
No quesito otimização de recursos e de infraestrutura, o PDE foca no incremento da capacidade hidrelétrica brasileira, hibridização das fontes com projetos já existentes, por meio da geração de energia solar fotovoltaica em parques eólicos e reservatórios de hidrelétricas, além do compartilhamento dos sistemas de transmissão para evitar novas obras e reduzir impactos socioambientais.
Para o setor petrolífero, o aprimoramento da infraestrutura de escoamento e transporte de gás natural existente deve priorizar outros produtos como o biometano, por exemplo.
O PDE também considera o melhor uso de resíduos sólidos derivados da agropecuária, como a vinhaça e o bagaço de cana-de-açúcar, efluentes domésticos e industriais, entre outros.
Além disso, o caderno destaca a substituição de combustíveis fósseis por renováveis, por meio do aumento da produção de biogás, biometano, biodiesel ou outros combustíveis derivados de resíduos. Algumas iniciativas têm fomentado essas tecnologias. Em março deste ano, o governo federal instituiu um decreto para fomentar programas e ações para reduzir as emissões de metano e incentivar o uso de biogás e biometano como fontes renováveis de energia e combustível.
Em maio, o governo definiu as bases do mercado de créditos de carbono, indicando as diretrizes para a constituição desse novo ambiente de negócios. O PDE considera o decreto em questão como um ponto inicial para adoção de ações sustentáveis pelos próximos dez anos, podendo focar em mecanismos de certificação de descarbonização, a partir de selos de sustentabilidade, vendas de crédito de descarbonização relativos à produção de biocombustíveis e a geração de créditos de carbono e comercialização em mercados voluntários e regulados.