Cogeração

Exportação de energia a partir de biomassas cresce 17% até abril

Cogen defende ajuste regulatório para que o excedente de energia de cada usina possa também ser comercializado no mercado livre

Bagaço de cana-de-açúcar
Bagaço de cana-de-açúcar

A exportação de energia elétrica gerada a partir de térmicas a biomassa em 2023 foi de 28.246 GWh, uma marca recorde, segundo a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), mas que poderia crescer ainda mais.

A Cogen defende um ajuste regulatório para que o excedente de energia de cada usina possa também ser comercializado no mercado livre, o que hoje é limitado pela Portaria nº 564 de 2014 do Ministério de Minas e Energia.

“Essa limitação não é boa para o país, porque desestimula o aumento da produção, uma vez que as usinas que excedam sua garantia física ficam limitadas a liquidar esse excedente de energia ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) e, em função da significativa judicialização do setor, a maioria delas acaba levando muitos anos para receber os valores devidos pela oferta dessa energia excedente”, explica o presidente-executivo da associação, Newton Duarte.

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No período de janeiro a abril de 2024, a exportação de energia elétrica a partir de biomassas totalizou 4.803 GWh, ficando 17% superior ao mesmo período de 2023.

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Capacidade instalada da cogeração

O Brasil registrou 20,9 GW de capacidade instalada de cogeração em operação comercial em junho deste ano, o que representa 10,3% da matriz elétrica nacional, ao se considerar somente a geração centralizada. Os dados foram compilados pela Cogen a partir de informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em maio entraram em operação comercial 135 MW de bagaço de cana das térmicas São José, Barra Grande 2 e São Martinho Bioenergia, bem como 8,14 MW de óleos vegetais da BBF Baliza e 26 MW de resíduos de madeira da Inpasa Dourados.

“O Brasil precisa estimular mais a cogeração. É uma energia distribuída, gerada em usinas próximas dos pontos de consumo, o que dispensa a necessidade de investimentos em longas linhas de transmissão”, diz Duarte.

As biomassas registram 17,4 GW de capacidade instalada de cogeração, dos quais 12,6 GW de bagaço de cana e 4,8 GW de outras fontes, principalmente licor negro e resíduos de madeira. Isso representa 60,3% de toda a cogeração existente no país. Já o gás natural responde por 15,3%.

Geração de energia a biomassas cresce 4% em 2023

A exportação de energia elétrica para o Sistema Interligado Nacional (SIN), gerada a partir de termelétricas movidas a biomassas, registrou em 2023 o total de 53,854 TWh, 4% acima da geração de 2022.

O resultado da cogeração a biomassas é o segundo maior valor de geração da série histórica do Anuário Estatístico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), atrás apenas do ano de 2020 que registrou a geração de 55,613 TWh.

A contribuição da biomassa, que inclui a geração de energia com resíduos como bagaço de cana, lenha e lixívia, foi a terceira maior entre as fontes listadas pela EPE, atrás apenas da hidráulica (425,996 TWh) e eólica (95.801 TWh), ficando à frente da solar (50.633 TWh).