A Raízen e a Shell anunciaram hoje, 29 de outubro, uma parceria com a Volkswagen para valorizar o uso de energia renovável na descarbonização do setor automotivo. Dentro dessa parceria, a Raízen vai fornecer biogás produzido a partir dos resíduos da fabricação de etanol para abastecer as fábricas da Volkswagen, substituindo parte do gás natural usado na fabricação de veículos.
Também será feito fornecimento de energia renovável para as concessionárias da Volkswagen em todo o país, por meio de usinas de geração distribuída da Raízen, de fontes como solar fotovoltaica e biogás.
O acordo prevê ainda o desenvolvimento de uma malha de eletropostos no país, aproveitando a infraestrutura dos postos de combustíveis da Raízen, com o intuito de viabilizar o uso dos veículos elétricos da Volkswagen no Brasil.
Em evento virtual para apresentar a parceria aos jornalistas, as empresas não deram prazos precisos para as mudanças, mas disseram que os primeiros eletropostos devem sair já em 2021.
Segundo Ricardo Mussa, presidente da Raízen, a companhia está investindo pouco mais de R$ 250 milhões na produção de biogás em sua planta de Piracicaba, a fim de gerar o combustível renovável a partir dos resíduos da produção de etanol de primeira e segunda geração. Esse investimento não contempla apenas o biogás que será fornecido para a Volkswagen, mas também para outros consumidores.
“Com esse acordo vamos eliminar boa parte do CO2 do gás que compramos. É uma questão de alguns anos até chegarmos no ponto de eliminar 100% o uso de gás natural. Os investimentos vão acelerar no Brasil esse tipo de energia circular”, disse Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América Latina.
A parceria prevê ainda estudos para desenvolvimento de novas formas de etanol. O presidente da Raízen disse que não pode abrir informações devido ao sigilo exigido pelas estratégias comercial e de marketing da companhia, mas disse que o intuito é melhorar desempenho e eficiência do combustível.