Certificação

São Paulo abre consulta pública para criar certificado de origem do biometano

Biometano - Divulgação (MME)
Biometano / MME (Divulgação)

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) abriu uma tomada de subsídios para discutir a criação de um certificado de garantia de origem do biometano. A consulta apresenta diretrizes para a estruturação do certificado e de toda a governança associada. Contribuições podem ser enviadas até as 18h do dia 27 de agosto, por meio deste link.

Segundo a Semil, o documento funcionará como uma ferramenta voluntária para consumidores de gás natural que desejem compensar suas emissões. O certificado separa o atributo ambiental do biometano da molécula física do gás, o que pode garantir segurança jurídica para que empresas contabilizem a redução de gases de efeito estufa (GEE) em seus inventários.

De acordo com Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Semil, o modelo seguirá referências internacionais, evitando a dupla contagem de créditos.

“Com um sistema de certificação baseado em princípios robustos, consumidores de gás fóssil que adquirirem o certificado poderão declarar o uso de biometano em seus relatórios de emissões de forma voluntária”, afirmou.

Entre os exemplos citados pela subsecretária estão o Green Gas Levy (Reino Unido), modelos de alguns estados norte‑americanos e os sistemas adotados na União Europeia para cumprir a Renewable Energy Directive II (RED II).

“A expectativa é que o certificado ganhe valor à medida que seja aceito para comprovar o uso de energia renovável em inventários de emissões, tanto em iniciativas voluntárias quanto em mercados regulados de carbono”, acrescentou Barros.

Aplicativo conecta o ecossistema do biometano

Em junho, a Semil e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo lançaram um aplicativo que conecta players da cadeia de suprimentos do biometano a empresas e gestores públicos interessados em projetos de descarbonização. 

A Semil estima um potencial de produção de 6,4 milhões m³/dia de biometano em São Paulo, cerca de 80 % provenientes do setor sucroenergético. Segundo levantamento da Fiesp, essa produção pode criar até 20 mil empregos e reduzir em até 16 % as emissões estaduais de GEE.