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Bolívia e Rússia estudam nova cooperação bilateral em tecnologia nuclear

Os governos da Bolívia e da Rússia estão analisando uma cooperação bilateral em projetos de tecnologia nuclear, com possibilidade de exploração e importação de lítio. Durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (Spief 2024) desta semana, um encontro foi promovido entre o diretor-geral da Rosatom, Alexey Likhachev, e o presidente da Bolívia, Luis Arce, para tratar do assunto.

Bolívia e Rússia estudam nova cooperação bilateral em tecnologia nuclear

Os governos da Bolívia e da Rússia estão analisando uma cooperação bilateral em projetos de tecnologia nuclear, com possibilidade de exploração e importação de lítio. Durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (Spief 2024) desta semana, um encontro foi promovido entre o diretor-geral da Rosatom, Alexey Likhachev, e o presidente da Bolívia, Luis Arce, para tratar do assunto.

Depois da reunião, o diretor-geral da Rosatom destacou que ambos os países podem ser beneficiar da cooperação, com a Rússia fornecendo a tecnologia necessária para o desenvolvimento tecnologia nuclear e do mercado de lítio na Bolívia.  

Em 2017, os países assinaram acordos de cooperação em tecnologia nuclear na construção do Centro de Pesquisa e Tecnologia Nuclear (CITDN) no território boliviano, com a infraestrutura necessária para o uso em ciência, medicina, indústria e agricultura. 

O centro, construído pela Rosatom, foi divido em três complexos, dos quais dois foram inaugurados em outubro de 2023. Os trabalhos de construção e instalação do último complexo, que inclui um centro de reator e edifícios de laboratórios, têm previsão para serem finalizados até 2025. Segundo Likhachev, o cronograma deve ser cumprido.

No campo do lítio, o grupo russo Uranium One Group também assinou um acordo com o governo boliviano para a construção de uma planta piloto de extração de metal leve com a tecnologia de Extração Direta de Lítio (EDL).

Petróleo e gás

Em um dos painéis do fórum, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que o país tem observado um crescimento na procura global de petróleo.

“Até 2030, os atuais 102 milhões de barris por dia [b/d] de petróleo podem se transformar em 110 milhões de b/d ou mesmo 115 milhões de b/d”, destacou Novak, que também apontou uma expectativa de crescimento da demanda pelo combustível nos setores de transporte aéreo e petroquímico da Ásia e da África.

A fala de Novak foi baseada na apresentação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que aponta um aumento de 2,2 milhões de b/d na demanda por petróleo em 2024. O ministro da Energia da Arábia Saudita, Abdul Aziz bin Salman Al Saud, disse que a OPEP+ não “sucumbirá à pressão externa” e manterá o mercado em equilíbrio.

Alexander Novak aproveitou ainda para afirmar que o presidente russo, Vladimir Putin, pretende garantir o desenvolvimento interno de recursos energéticos, com ênfase na expansão do setor petroquímico, na produção de gás natural liquefeito e no aumento da infraestrutura de gasodutos.

Segundo ele, cerca de 80% dos recursos energéticos da Rússia nos dois últimos anos foram redirecionados para mercados “amigos”, principalmente para a região Ásia-Pacífico, África e países latino-americanos.

(Atualizado em 06/06/2024, às 17h45)