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Brasil perde atratividade em investimentos para renováveis, diz estudo da EY

Brasil perde atratividade em investimentos para renováveis, diz estudo da EY

O Brasil caiu quatro posições e passou a ocupar o 13º lugar no ranking global de atratividade de investimentos em energia renovável, medido pelo Índice de Atratividade de Países em Energia Renovável (Recai, na sigla em inglês), da empresa de consultoria e auditoria EY.

Mesmo com a queda no ranking, a pesquisa afirma que o país se mantém como líder em capacidade de geração de energia renovável na América Latina, tendo produzido um total de 158 GW de energia renovável no ano de 2021. Para o estudo, entretanto, a dependência brasileira na fonte hidrelétrica – responsável por 58% da geração renovável em 2021 – deixa o país vulnerável a secas, o que tem gerado um esforço para a diversificação renovável de sua matriz.

Nesse sentido, a fonte eólica aparece como destaque do estudo, que ressalta a capacidade interna do Brasil para manufaturar sistemas de geração eólica, assim como os financiamentos por entidades, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB). Sobre o setor solar, a EY ressalta o papel desafiador do câmbio, tendo em vista a importação dos painéis solares fotovoltaicos, sobretudo da China.

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No que diz respeito à região da América Latina, a pesquisa também aborda a inserção renovável de países como Chile e México, que têm investido em energias renováveis como hidrogênio e solar fotovoltaica, e Argentina e Colômbia, que precisam, segundo avaliação da EY, investir mais fortemente em suas capacidades para outras fontes de energia renovável.

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“Com extenso potencial de energias renováveis, o setor latino-americano pode experimentar um crescimento importante se barreiras como a incerteza política, a necessidade de novas regulamentações, infraestruturas e as complexidades de financiamento forem ultrapassadas”, diz o estudo.

Já no cenário global, o estudo mostra um aumento na demanda por gás natural no último ano, decorrente, sobretudo, da situação de pandemia enfrentada desde 2020 e da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano. Segundo o estudo, o preço do gás deve continuar alto no médio prazo, uma vez que projetos de infraestrutura para acesso de energias renováveis levam tempo a serem implantados.

“Espera-se que essa situação ajude a estimular o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renováveis e combustíveis emergentes, como o hidrogênio azul e o verde. Mas é um processo que levará tempo, visto que tal forma de energia ainda precisa ser comercializada”, complementa a pesquisa.