O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu nesta quarta-feira, 3 de agosto, em caráter ordinário, com notícias mais otimistas para a avaliação das condições de suprimento eletroenergético ao sistema, mesmo com a ausência de precipitações significativas, comportamento típico do período seco.
A entrada do mês de julho contou com baixos valores de afluências relativo às usinas hidrelétricas, em montantes inferiores aos observados nas médias históricas em todos os subsistemas. Ainda assim, os armazenamentos equivalentes finalizaram o mês em patamares superiores aos dos anos anteriores, o que, segundo o CMSE, contribui para a garantia da segurança do atendimento inclusive nos próximos meses, quando se espera a permanência da condição seca no país e o aumento da carga.
Conforme apresentação do Operador Nacional do Sistema (ONS), estão sendo realizados esforços para a preservação dos armazenamentos da bacia do Paraná, especialmente nas cabeceiras, bem como o relevante uso de hidrelétricas para atendimento à demanda de potência. Dessa maneira, para reequilibrar o sistema e, visando o atendimento futuro da demanda, foi sinalizada a necessidade de se aumentar as defluências no baixo Paraná com maior utilização dos recursos das bacias dos rios Grande e Paranaíba.
Relativo à exportação em caráter comercial realizada em junho de 2022, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que houve a arrecadação de R$ 42 milhões destinados à compensação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias.
O ONS registrou que os estudos prospectivos apresentados, que contemplam avaliações estendidas até o final de janeiro de 2023, indicam o pleno atendimento tanto em termos de energia quanto de potência em todo o período, com perspectivas de níveis de armazenamento superiores aos verificados no último ano.
Além disso, foram apresentados os resultados do mais recente Plano Anual da Operação Energética (PEN), que contemplou avaliações no horizonte entre os anos 2022 e 2026. Na análise conjuntural, até 2023, foi mencionada a expectativa de que os armazenamentos continuem em patamares mais elevados do que os verificados no passado recente, bem como a aderência do comportamento com as curvas referenciais de armazenamento utilizadas pelo CMSE. Em relação ao atendimento dos requisitos de potência, há sinalização do pleno atendimento.
Já em relação ao panorama estrutural, entre os anos 2024 e 2026, dentre outras conclusões, há a perspectiva de pleno atendimento aos critérios de suprimento de energia. Sobre o atendimento da demanda de potência, para alguns cenários futuros prospectados, é apontada necessidade de ações no sentido de se manter o equilíbrio estrutural no atendimento à ponta.
Por fim, o CMSE acompanhou também a situação dos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica que estão em fase de implantação e os montantes de expansão já verificados no ano 2022. Conforme destacado, em julho entraram em operação as linhas de transmissão – LT 500 kV Presidente Juscelino – Itabira 5 e LT 500 kV Poções III – Padre Paraíso 2 – Governador Valadares 6, que juntas adicionam 600 MW à capacidade de intercâmbio de energia entre as regiões Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, contribuindo para a otimização energética e o aproveitamento dos recursos disponíveis no País.
Informações técnicas:
Expansão da geração e transmissão: a expansão verificada em julho de 2022 foi de aproximadamente 510 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e 544 km de linhas de transmissão. Assim, em 2022, a expansão totalizou 2.905 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 5.587 km de linhas de transmissão e 17.431 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2022 foi de 3.549 MW, atingindo o total de aproximadamente 12,1 GW instalados no país.