Política operativa

Com queda nos reservatórios, ONS reduz geração no Sul e Sudeste

Reservatório da UHE Foz do Areia, da Copel
Reservatório da UHE Foz do Areia, da Copel

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) verificou precipitações abaixo da média nas bacias do Sul e uma piora do armazenamento em todas as regiões, como no Sudeste. Com isso, a política operativa para o mês de junho buscará a preservação dos reservatórios nessas regiões, aproveitando a geração das renováveis no Nordeste – minimizando a utilização hídrica – e do Norte do país para exportação de energia elétrica para as demais regiões.

O planejamento da operação foi divulgado pelo operador no primeiro dia da reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) de junho, realizado nesta quinta-feira, 29 de maio, junto a agentes.

No atendimento à ponta da carga, o ONS verificou folga de potência, que será monitorada e alocada preferencialmente em usinas do Sudeste/Centro-Oeste e Sul, com baixa possibilidade de despacho termelétrico adicional entre 31 de maio e 6 de junho. Esses despachos estão previstos apenas para atendimento à área de Manaus.

Para a manutenção dos reservatórios do Sul, o operador pode contar com termelétricas próxima ao centro de carga, com o objetivo de elevar os limites do intercâmbio do submercado, ou substituir o montante desse despacho por recursos energéticos competitivos para o atendimento local.

Neste sentido, já foram despachadas as termelétricas Lacerda A1, A2, B e C, no Sul por garantia energética e Cubatão e GNA 1 para ampliação de limites.

Ainda para a próxima semana, há expectativa de vertimento turbinável em períodos de carga líquida reduzida e finais de semana.

Queda da carga ajuda a preservar reservatórios

A política operativa do ONS contou com a ajuda da queda da carga. No submercado Sudeste/Centro-Oeste, que reflete o comportamento do Sistema Interligado Nacional (SIN), a queda do consumo foi de 48 GW médios em março, para 44 GW médios em abril, chegando a 41 GW médios em maio.

“Essa queda da carga, principalmente em abril e maio, possibilitou a redução da geração hidrelétrica nesse subsistema, com o objetivo de poupar recurso para uso no período seco. Estamos reduzindo, na medida do possível, a geração hidráulica do Sudeste, de forma a gente manter o maior montante estocado de energia para fazer frente ao período seco”, disse o operador durante apresentação no PMO.

Os recursos das bacias dos rios Grande, Parnaíba e Paraná serão utilizados conforme a necessidade de alocação da carga para fechamento do balanço, manutenção dos limites de interligação Sul/Sudeste e controle do nível dos reservatórios.

Os subsistemas Norte e Nordeste terão comportamento de exportação de energia. No Norte, a exportação será em todos os patamares, com as usinas das bacias do rio Tocantins e Xingu, respeitando-se as restrições operativas e os limites elétricos. A hidrelétrica Balbina será utilizada para controle de nível em vista do período seco.

Para o Nordeste, a operação será minimizada na cascata do rio São Francisco devido aos limites de interligação.

Piora no armazenamento

Para maio, a expectativa de fechamento indica piora na condição de todos os submercados em termos de Energia Natural Afluente (ENA) – que é a água disponível para a geração de energia – com cerca de 84%, 37%, 46% e 67% da MLT (Média de Longo Termo), para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente.

Com exceção da bacia do Jacuí, bacias hidrográficas da região Sul contaram com os totais de precipitação observados inferiores à média.