Os cortes na geração de usinas solares fotovoltaicas somaram R$ 50 milhões em prejuízos entre abril e julho deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Divulgado nesta sexta-feira, 6 de setembro, o documento aponta prejuízos de R$ 9,3 milhões em 2022 e de R$ 177,6 milhões em 2023 em decorrência do curtailment na fonte.
Para a entidade, os cortes feitos pelo Operador Nacional Sistema Elétrico (ONS) “acendem um alerta” para a necessidade de reforçar o planejamento e os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, sobretudo em linhas de transmissão e novas formas de armazenar a energia renovável.
“Os empreendedores não possuem controle e nem responsabilidade sobre essas decisões, que já representam um desperdício acumulado de energia [solar e eólica] de cerca de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos. Trata-se de um grande contrassenso, pois o país aciona usinas mais caras e poluentes, ao mesmo tempo em que restringe a geração solar e eólica”, afirmou Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.
Visão sobre armazenamento
A entidade também defendeu uma redução de impostos em sistemas de armazenamento de energia para aumentar a disponibilidade de fontes intermitentes. Segundo Sauaia, atualmente, a carga tributária sobre baterias ultrapassa os 80%.
“O Brasil está dez anos atrasado frente ao mundo no uso de baterias e isso prejudica o protagonismo do país na corrida pela transição energética”, diz o CEO.
Avanço da GC solar
Conforme levantamento da associação, o Brasil ultrapassou a marca de 15 GW de potência operacional nas grandes usinas solares, sendo que a região Nordeste representa 58,6% desta potência, seguida pelo Sudeste (40,3%), Sul (0,5%), Norte (0,3%) e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal (0,3%).
Desde 2012, o segmento gerou R$ 64,3 bilhões em novos investimentos, 452,5mil empregos e R$ 21,3 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.