(intervalo considerado para os dados: 16 de março a 25 de maio)
A carga de energia elétrica no país apresentou uma redução de 24%, considerando o período anterior à imposição das medidas de isolamento pelo Covid-19. Assim, saiu de 72,6 GW médios em 16 de março para 55 GW médios no dia 25 de maio.
Quase na mesma proporção, a fonte hídrica apresentou redução de 26% na geração do período, saindo de 59,6 GW médios para 43,8 GW médios, no período.
Considerando que as medidas de isolamento iniciaram em 23 de março, a queda inicial da geração hídrica no Sistema Interligado Nacional foi de 14%. Na data, a geração da fonte registrou 51,1 GW médios.
Como pode ser visto no gráfico abaixo, a queda da carga no sistema do país é modulada pela redução da geração hídrica. A redução ocorre para a fonte, uma vez que as fontes eólicas e solar não são controláveis de acordo com a carga, ou seja, geram energia quando há combustível (vento ou sol).
Em 16 de março, antes da pandemia, as fontes eólica e solar somaram a geração quase 3 GW médios, sendo 2,4 GW médios somente da fonte eólica. O montante da soma das fontes caiu para 2,7 GW em 23 de março, sendo que a geração eólica reduziu 8,3%. No fim do período analisado, em 25 de maio, a eólica aumentou a sua geração na matriz, chegando a 3 GW médios. Durante todo o período, a geração da fonte solar se manteve estável, entre 500 e 600 MW médios.
O aumento da participação da eólica em 25% entre março e maio, também corresponde à proximidade do período seco e às melhores condições de ventos para esse tipo de geração.
Quanto à geração térmica, sem a necessidade de acionamento de usinas fora da ordem de mérito para atendimento de consumo, o montante despachado reduziu 2,6% entre o período anterior à pandemia e o dia 25 de maio, saindo de 7,7 GW médios para 7,5 GW médios. A maior parte dessa geração é decorrente de despacho fora da ordem de mérito por declaração de inflexibilidade.
Projeções de redução
Não é segredo que a carga de energia elétrica no país reduziu drasticamente nos últimos dois meses por conta das medidas de isolamento impostas pela pandemia do novo coronavírus. Inclusive, o assunto tem sido muito divulgado e apresentado em análises pelos órgãos de planejamento e operação do setor elétrico.
Essas instituições divulgaram duas revisões de carga para o quinquênio 2020-2024. Na primeira, a previsão foi de uma queda de 3,6 GW médios para 2020, enquanto na segunda, em caráter extraordinário e num cenário de aprofundamento das medidas restritivas, projetou redução de 5 GW médios para este ano.
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