Geração

Demanda atual por gás do setor térmico está muito menor do que rege o PPT, diz Eneva

A Eneva acredita que o desenvolvimento do mercado de gás não ocorrerá sem uma revisão na política de preços. “Temos um mercado que está parado no mesmo tamanho há dez, 13 anos e os agentes insistem em manter o mesmo preço e esperar que o mercado cresça”, disse o gerente-geral de Originação e Comercialização de Combustíveis, Glauco Campos. “Não vejo problema de oferta considerando o que já está conectado. Vejo uma exposição a preço”, resumiu o executivo.

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A Eneva acredita que o desenvolvimento do mercado de gás não ocorrerá sem uma revisão na política de preços. “Temos um mercado que está parado no mesmo tamanho há dez, 13 anos e os agentes insistem em manter o mesmo preço e esperar que o mercado cresça”, disse o gerente-geral de Originação e Comercialização de Combustíveis, Glauco Campos. “Não vejo problema de oferta considerando o que já está conectado. Vejo uma exposição a preço”, resumiu o executivo.

Glauco participou do XI Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira e o 16º BEP – Brazil Energy Power, realizado pela Fundação Getúlio Vargas e pela Câmara de Comércio Americana (Amcham), nesta quinta-feira, 28 de setembro, no Rio de Janeiro. Ele contextualizou que a demanda por geração térmica mudou bastante desde 2002, quando foi estabelecido o Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT), e os dias atuais. Como exemplo, citou o grande crescimento das fontes renováveis, em especial a solar.

“O gás perde tempo achando que a resposta vem do setor elétrico. O setor elétrico continuará precisando da termelétrica a gás como sustentação da renovável, mas a demanda é muito menor que a demanda que foi criada pelo PPT. Não espere a remuneração do PPT lá atrás, a necessidade das térmicas é muito menor hoje em dia. A tarifa para o leilão de capacidade não paga a tarifa do transporte”, comentou o executivo.

Simplificação das regras também é necessária

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No evento, Campos avaliou que as regras para o mercado livre de gás são muito complexas para um produto ainda caro, o que acaba tornando o fornecimento pelas distribuidoras interessante pela simplicidade e menores riscos.

“Quando penso na regulação, eu gostaria de ver quebra de barreira de entrada, preocupação com aumento de flexibilidade, aumento de liquidez. E, num horizonte palpável um pouco mais distante, que a gente tivesse um Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), assim como existe no setor elétrico. Para que o cliente comercial, quando migrasse e assinasse o contrato com o pequeno produtor, soubesse que se esse fornecedor falhar, o preço é aquele ali que está no mercado”, explicou.

Como exemplos de que oferecer gás a preços competitivos destrava negócios, Campos mencionou a geração de energia na térmica de Jaguatirica, abastecida com GNL da Eneva proveniente do campo de Azulão. O combustível percorre 1.100 km em caminhão. Ele também mencionou um contrato firmado de GNL com Vale e Suzano, que entrará em vigor em meados de 2024.

Para TAG, é preciso “harmonizar” os setores de gás e elétrico

Já a TAG avalia que é preciso “harmonizar” os setores, já que cerca de 40% da demanda contratada de gás natural vem do setor elétrico. “A gente não pode simplesmente dispensar essa contratação”, disse a gerente de Assuntos Regulatórios da companhia, Cristina Sayão.

A executiva elogiou a consulta pública nº 12/2023, que busca simplificar as regras para oferta de capacidade nos gasodutos. Outra prioridade seria disciplinar os regimes de entrada e saída, que agora seriam muito diferentes do que se apresentava no mercado fechado.

“Você tem vários agentes, que podem ter interesses específicos ou interesses gerais. Isso é um grande desafio que a gente precisa resolver logo para poder agilizar esse acesso, para além do modelo de conexão de acesso”, avaliou Sayão.