Funcionários da Petrobras Biocombustível (PBio) planejam iniciar greve por tempo indeterminado, a partir da manhã desta quinta-feira, 20 de maio, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP). O movimento, segundo a entidade, é uma resposta à recusa da Petrobras em negociar a manutenção dos empregos dos petroleiros da subsidiária, que está em fase final de privatização.
De acordo com a FUP, os trabalhadores da PBio reivindicam transferência para outras unidades da petroleira. A estatal, segundo a entidade, porém, alega haver impossibilidade jurídica para atender ao pleito do sindicato.
A greve da PBio vai envolver a paralisação das atividades nas usinas de biocombustíveis de Candeias (BA) e Montes Claros (MG), além da sede da subsidiária, no Rio de Janeiro.
Uma das maiores produtoras de biodiesel do país, a PBio possui cerca de 150 trabalhadores.
Procurada, a Petrobras informou ter sido comunicada por entidades sindicais sobre a intenção de realizar um movimento grevista a partir desta quinta-feira. A companhia disse reconhecer o direito de greve, mas salientou que as motivações apresentadas “podem caracterizar uma paralisação abusiva, visto que o pleito das entidades sindicais não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve”.
A Petrobras acrescentou, em nota, que, com o desinvestimento da PBio, ocorrerá a sucessão trabalhista. Na prática, os empregados permanecerão na empresa, que terá um novo controlador. “Não há a possibilidade de os empregados concursados para a Petrobras Biocombustível serem incorporados aos quadros da Petrobras S.A., conforme pleito colocado pelas entidades sindicais como justifica para a greve”, completou a estatal.
A companhia informou que a PBio tomará medidas judiciais e administrativas para a garantia da continuidade operacional das unidades.
* Reportagem atualizada em 20 de maio, às 14h12, para a inclusão do posicionamento da Petrobras.