A Renova Energia informou que aceitou uma proposta da AES Brasil para compra de determinados ativos e direitos do complexo eólico Cordilheira dos Ventos, localizado no Rio Grande do Norte. Os valores do negócio não foram informados, mas a Renova informou que terá direito a um earn out se a AES implementar mais que 305 MW nas áreas do projeto, que ainda não começou a ser construído.
No total, o complexo eólico tem potencial para até 620 MW de potência e é um dos 16 complexos desenvolvidos pela Renova no Nordeste do país. Segundo a companhia, parte dos recursos arrecadados com a transação será usado para antecipar a amortização de dívidas da Renova com o BNDES, o Citibank e a Cemig.
Esta é a primeira venda de um ativo do portfólio futuro da companhia, sendo que a alienação faz parte do seu plano de recuperação judicial, aprovado em dezembro de 2020. “Estamos cumprindo o nosso planejamento de reduzir o endividamento e fortalecer o caixa da companhia”, explica Marcelo Milliet, presidente da Renova.
Mesmo com a venda, a Renova segue como detentora de parte do Complexo Cordilheira dos Ventos, com uma área remanescente com potencial de geração de 315 MW. A conclusão da operação está condicionada à realização de leilão judicial previsto para março, em que outras empresas poderão fazer ofertas pelo ativo. Havendo oferta superior em 2% ao valor estipulado no negócio fechado com a AES, o complexo poderá ser transacionado com outros interessados.
Segundo a Renova, sua dívida foi reduzida em R$ 1 bilhão desde o início do plano de recuperação judicial. No total, restam R$ 2 bilhões em dívidas com prazo de pagamento previsto de dez anos. A dívida será quitada com geração de caixa do complexo eólico Alto Sertão III e a venda de parte dos ativos dos projetos futuros.
