O ritmo de crescimento anual da capacidade instalada de energia eólica no planeta nos próximos nove anos precisa quadruplicar, em relação aos 93 gigawatts (GW) adicionados em 2020, para que a meta de um mundo de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa seja alcançada em 2050, de acordo com dados do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).
A estimativa faz parte de manifesto divulgado nesta segunda-feira, 18 de outubro, pela entidade e do qual a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) é signatária. O documento é um manifesto global do setor de energia eólica para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climática (COP 26), no fim deste mês, em Glasgow, na Escócia.
“Se as taxas de instalação atuais forem mantidas, teremos apenas 43% da capacidade de energia eólica necessária até 2050 para um mundo de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa, efetivamente nos condenando a perder nossas metas climáticas”, alerta o manifesto. “Para entrar no caminho certo para um mundo de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa nos próximos nove anos, o volume anual de energia eólica implantado globalmente deve quadruplicar em relação aos 93 GW instalados no ano passado”.
A capacidade instalada atual da energia eólica no mundo é de quase 800 GW. Os projetos ajudam a evitar mais de 1,1 bilhão de toneladas de emissão de CO2 por ano, de acordo com o GWEC.
O manifesto indica oito pontos de como a indústria de energia eólica pode contribuir para que o mundo atinja emissões líquidas zero em 2050. Entre os itens está a promoção da cooperação voluntária dos países na precificação de carbono de acordo com o Acordo de Paris.