O Brasil tem potencial para desenvolver um enorme potencial de geração eólica offshore e se tornar um exportador de hidrogênio verde, ajudando as economias globais a atingirem as metas de redução de emissões de gases causadores de efeito estufa, disse Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente, ao participar de evento realizado pela 2W Energia.
Segundo o ministro, dados do Ibama apontam que o país tem potencial de mais de 1.700 GW em eólica offshore, sendo 700 GW de “alta atratividade” – o montante equivale a 50 vezes a potência total da hidrelétrica de Itaipu, que tem 14 GW e é fundamental para atendimento da carga do país.
“Estamos desenvolvendo um plano para desenvolver isso”, disse o ministro, que relatou ter discutido esse potencial em reunião com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) junto do ministro da Economia, Paulo Guedes, na última semana. “O Brasil tem, sim, a possibilidade de ser a segurança energética do mundo”, completou.
Mercado de carbono
Além do hidrogênio verde, que poderá ser produzido a partir da eólica offshore, e de outras fontes renováveis, o Brasil também deve se tornar um exportador de créditos de carbono, créditos florestais e créditos de carbono.
“Nenhum país do mundo tem a característica que o Brasil tem para gerar e exportar energia. Os países que tenham a possibilidade de gerar com renováveis vão usar para si, mas o Brasil já tem 84% da matriz limpa, então temos a possibilidade única de exportar para uma Europa que está buscando segurança energética”, disse Leite.
O avanço do mercado de crédito de carbono deve acontecer ainda em maio, segundo o ministro. “Estamos desenhando uma plataforma que será uma central única de registros”, disse a jornalistas. Essa central única vai conter os registros de emissões brasileiras, e deve ser lançada ainda em maio pelo Ministério da Economia, que lidera a iniciativa.
Em paralelo, há um projeto de lei em tramitação no Congresso que trata do mercado de crédito de carbono. “São coisas separadas, preciso da plataforma porque precisamos de uma central de registro único”, disse o ministro.