Eólica

Brasil tem protagonismo em planos da italiana Enel para renováveis, diz executiva

Responsável por cerca de um terço da capacidade instalada em obras de geração iniciadas pela Enel Green Power (EGP) este ano, o Brasil tem papel de protagonismo dentro do portfólio global da companhia. A expectativa é que o país receba metade dos investimentos de 4,3 bilhões de euros previstos pelo braço de geração de energia renovável do grupo italiano Enel para a América Latina, entre 2021 e 2023.

A EGP está investindo R$ 5,6 bilhões na construção de cinco empreendimentos de fontes renováveis (sendo quatro eólicos e um solar) no Nordeste do Brasil, totalizando uma capacidade instalada de 1,3 gigawatts (GW).

“Este 1,3 GW é um terço do que a Enel Green Power começou [de obras este ano]. [O Brasil] é o país que contribuiu mais no começo de obras este ano. Reforçamos claramente, com isso, que é um papel de protagonismo dentro da área da Enel Green Power”, afirmou Roberta Bonomi, responsável pela EGP no Brasil, em entrevista à MegaWhat.

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Dos cinco projetos com as obras iniciadas este ano, dois estão sendo construídos no Piauí: o parque eólico Lagoa dos Ventos III (396 MW) e o parque solar São Gonçalo III (256 MW). Já os projetos eólicos Morro do Chapéu Sul II (353 MW), Cumaru (206 MW) e Fontes dos Ventos II (99 MW) estão sendo implantados, respectivamente, na Bahia, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco.

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“Muitas pessoas no Brasil não sabem o quanto o mercado das renováveis no país é relevante comparado com outros mercados e o quanto, nesse sentido, o Brasil é avançado”, explicou Bonomi.

Ela lembrou que a maior parte da energia desses empreendimentos é destinada a contratos firmados no mercado livre. Segundo a executiva, esse modelo de negócios é uma tendência que foi acentuada durante a pandemia.

“Os clientes seguem querendo comprar energia no mercado livre, seguem querendo comprar energia verde. Isso acontece aqui [no Brasil], mas acontece também em outros lugares. Essa é uma tendência que não vai mudar. É uma tendência que já havia antes da pandemia. E a pandemia acelerou a conscientização de todos sobre a importância da sustentabilidade”, disse Bonomi. “Vamos chegar a um ponto em que algumas empresas não vão querer mais energia que não seja renovável”.

Ela conta que, dentro do plano de negócios do grupo Enel, divulgado no fim de novembro, foram anunciados investimentos da ordem de 10 bilhões de euros para a América Latina nos próximos três anos. Desse total, 4,3 bilhões de euros devem ser destinados a projetos de fontes renováveis. “Mais ou menos metade [desse valor] deve estar no Brasil. Depois vamos ajustando dependendo das oportunidades”, conta ela.

No Brasil, o grupo Enel possui, por meio das subsidiárias Enel Green Power Brasil (EGPB) e Enel Brasil, 3,4 GW de capacidade instalada de energia renovável, sendo 1,21 GW de fonte eólica, 979 MW de solar e 1,269 GW de hidrelétricas.

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