Impulsionadas por políticas de incentivo, preocupações com a segurança energética e preços mais altos dos combustíveis fósseis, a expansão das energias renováveis devem apresentar um crescimento de 107 GW neste ano e adicionar mais de 440 GW em 2023 no mundo. Os dados são do novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“Esses fatores estão superando o aumento das taxas de juros, os custos de investimento mais altos e os desafios persistentes da cadeia de suprimentos. A solar e eólica estão liderando a rápida expansão da nova economia global de energia. Este ano, o mundo deve adicionar uma quantidade recorde de energias renováveis aos sistemas elétricos – mais do que a capacidade total de energia da Alemanha e da Espanha juntas”, afirma o diretor- executivo da IEA, Fatih Birol, no relatório.
Da nova capacidade renovável, cerca de dois terços devem ser da fonte solar fotovoltaica, geração que deve manter forte expansão até 2024. Segundo a agência, o crescimento da energia solar em usinas centralizadas deve acompanhar o crescimento de sistemas menores, como os de mini e microgeração distribuída, que devem continuar apresentando crescimento devido ao aumento nos preços da eletricidade.
O documento ainda aponta que a capacidade de fabricação para todos os segmentos fotovoltaicos deve dobrar até 2023, chegando a 1 GW. O aumento será liderado pela China, Estados Unidos, Índia e Europa.
“Com base nessas tendências, o mundo terá capacidade de produção de energia solar fotovoltaica suficiente em 2030 para atender confortavelmente o nível de demanda anual previsto no cenário net zero emissions para 2050 da IEA”, diz o relatório.
Já o crescimento acentuado da fonte eólica deve ser impulsionado devido às conclusões de projetos adiados pelas restrições do covid-19, principalmente na China, e por problemas na cadeia de suprimentos na Europa e nos Estados Unidos. Entretanto, o relatório prevê que energia eólica só continuará a crescer no próximo ano se os governos estruturarem políticas para enfrentar os desafios de licenciamento ambiental e leilões.
“Em contraste com a energia solar fotovoltaica, as cadeias de suprimentos de turbinas eólicas não estão crescendo na velocidade necessária para atender à demanda no médio prazo. Isso se deve principalmente pelo aumento dos preços das commodities e aos desafios da cadeia de suprimentos, que estão reduzindo a lucratividade dos fabricantes”, afirma o documento.
Nesta quinta-feira, 1° de junho, a capacidade da indústria eólica global atingiu 1 terawatt (TW) instalada no mundo, segundo o Global Wind Energy Council (GWEC). Já o número global de pedidos de turbinas eólicas subiu 27% no primeiro trimestre de 2023, aponta estudo da Wood Mackenzie.
