Eólica

Eólicas sofrem com desabastecimento e desvalorização cambial na retomada econômica

Em um ano desafiador para a economia, com a crise provocada pela pandemia do covid-19, as empresas do setor eólico enfrentam o desafio do desabastecimento da cadeia produtiva dos insumos para os aerogeradores. Somado a isso, a volatilidade do preço do aço nacional também tem trazido um desafio adicional para o mercado, assim como a desvalorização cambial. Os problemas foram apontados em painel do Brazil Wind Power, realizado na manhã desta quinta-feira, 29 de outubro, de forma virtual.

Segundo Eric Rodrigues, diretor de Vendas da Vestas, o que não faltou em 2020 foram emoções. Além dos desafios intrínsecos da cadeia de suprimentos no Brasil a pandemia trouxe diversas consequências.

“A desvalorização cambial trouxe um estresse grande para dentro do capex dos projetos eólicos. Se a gente imaginar que a turbina tem de 30% a 40% de componentes importados, e que o Real sofreu uma desvalorização de 40%, só nisso você tem um impacto de 15% no capex”.

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Quanto ao fornecimento dos insumos, o desabastecimento ocorreu num momento que a indústria teve que reduzir sua produção, ou até interromper, por conta das medidas de isolamento social, com a retomada econômica ainda incerta.

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“Isso é algo que preocupa todos os fabricantes porque afeta bastante a nossa capacidade de gerar lucro operacional, mas espero que seja uma condição momentânea, com a retomada do consumo das ajudas que o Brasil recebeu de programas sociais, e que a situação de abastecimento volte ao normal nos próximos meses”, disse João Paulo Silva, diretor-superintendente da WEG.

No caso do aço que é um dos componentes mais referenciados na regra de conteúdo local e utilizado em diversas aplicações das torres e aerogeradores, também sofre um desabastecimento generalizado no mercado, com preocupação para as empresas, e uma volatilidade do preço muito alta.

“O aço neste ano subiu 47,8% o preço e ainda há expectativa de mais aumento para esse ano. Isso traz para a gente uma certa instabilidade e junto com isso faz com que a gente reveja as estratégias”, comentou Marcelo Costa, diretor de Compras da Nordex Acciona.

Os executivos ressaltaram a qualidade do aço nacional e a importância para a cadeia eólica inovação de novos produtos, ainda mais, com possibilidade de uma expansão para a eólica offshore.

“A importância da siderúrgica no mercado é fundamental até em inovação, trazendo novos materiais, novas tecnologias, e só isso vai nos possibilitar manter a fonte eólica competitiva”, completou o diretor de Supply Chain da Siemens Gamesa.

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