Eólica

Geração eólica deve se manter 'dentro do normal' em 2024, mas chuvas devem decepcionar

Após um primeiro trimestre abaixo do esperado, a safra de ventos para geração eólica deve se manter dentro do “normal” em 2024, segundo Alexandre Nascimento, sócio-diretor da Nottus Meteorologia.

Divulgação Cemig
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Após um primeiro trimestre abaixo do esperado, a safra de ventos para geração eólica deve se manter dentro do “normal” em 2024, segundo Alexandre Nascimento, sócio-diretor da Nottus Meteorologia.

“Em ano de El Niño, espera-se que os ventos na região Nordeste sejam mais fortes do que o normal. [Contudo], a expectativa é de que tenhamos uma safra de ventos dentro do normal esse ano. Se, por um lado, observamos temperaturas altas, puxando uma carga bastante expressiva, por outro temos um aporte da geração eólica para contrapor essa posição”, afirmou o executivo durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 23 de abril.

Segundo Nascimento, a chuva no começo de abril reduziu a geração eólica, mas o vento voltou a ser favorável no Nordeste, que apresentou cerca de 12 GW da fonte no período, indicando uma melhora para essa época do ano. Para os próximos meses, as condições continuam sendo favoráveis à geração eólica, com previsões iniciais indicando ventos cada vez mais fortes na área leste do país.

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Ventos fortes, pouca chuva

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Em relação à hidrologia, o estudo Impactos do Clima no Setor Elétrico em 2024 elaborado pela Nottus aponta que haverá período de chuva abaixo da média em diversas regiões do Brasil nos próximos meses.

“Entre o final do outono e o inverno no Hemisfério Sul, a expectativa é prevalecer uma condição climática neutra. Temos a possibilidade de surgir um novo La Niña ao longo do segundo semestre de 2024”, avalia Desirée Brandt, meteorologista e sócia-executiva da Nottus.

De acordo com a executiva, estão previstas precipitações mais localizadas e cada vez mais espaçadas, mesmo que ultrapassem a média histórica em algumas regiões do território nacional. A previsão indica chuva abaixo da média em importantes áreas hidrográficas como Bacia do Tietê, Rio Grande, Paranaíba e a montante da Bacia do Tocantins.

Com base em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês), a meteorologista da Nottus conta que o El Niño termina no decorrer do outono. Já o La Niña pode aparecer a partir do mês de julho.

“Com a eventual configuração do La Niña, existe historicamente o risco de atraso do próximo período chuvoso no Brasil, prolongando o período seco”, complementa Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus. “Normalmente, a expectativa é de que o La Niña retarde o período úmido. Modelos sugerem chuva em outubro, mas trata-se de uma previsão muito precoce e que merece acompanhamento”, finaliza.