O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a exploração cautelosa do petróleo e gás natural da Margem Equatorial até que as fontes renováveis ganhem maior adoção no país.
“Nós temos que correr com a outra agenda, sem perder de vista que talvez a gente precise do petróleo da Margem Equatorial, com as cautelas que o meio ambiente deve impor para a Petrobras”, disse o ministro em entrevista ao programa Canal Livre da rede Bandeirantes realizada neste domingo, 17 de setembro.
Para ilustrar sua fala, Haddad aproveitou a ocasião para destacar o acordo fechado entre a Petrobras com a Casa dos Ventos e a TotalEnergies, afirmando que a estatal está começando a investir em renováveis porque sabe que o petróleo está com “os dias contados”.
“Pode durar 20 ou 30 anos, mas não é mais um problema de até quando as reservas vão durar, é um problema do quanto a gente ainda vai poder utilizar esse petróleo”, frisou o ministro.
A Margem Equatorial, que se estende da Foz do Amazonas até o Nordeste brasileiro, que tem sido palco de discussões desde maio, quando o Ibama negou a licença ambiental, conta com dois blocos perfurados a 500 km da costa, anteriores a aprimoramentos legislativos. Em um deles, licenciado pela BP, não foi encontrado petróleo, enquanto em outro, pela Petrobras, houve quebra do equipamento de perfuração.
Segundo Haddad, a visão final do governo deve ser a favor da exploração do petróleo e gás natural na região, visto que já há projetos na área na Guiana, por exemplo.
“Eu acredito, por tudo que tenho ouvido dentro do governo, que vai preponderar uma visão cautelosa, e tem que ser mesmo, é um santuário de diversidade, tem que cuidar da Foz do Amazonas. Quem conhece, sabe que é de uma riqueza espetacular. Agora, ali do lado, a Guiana está explorando petróleo na Margem Equatorial. Vamos tomar cuidado, com toda a cautela”, afirmou.
Transformação ecológica
Fernando Haddad aproveitou ainda para falar sobre sua aposta no plano brasileiro de transformação ecológica para os próximos anos. A ação deve ser apresentada pelo ministro a investidores, acadêmicos e organizações internacionais na 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
