(Com Natália Bezutti)
A indústria de energia eólica prevê a retomada dos leilões convencionais de contratação de energia nova no Brasil no próximo ano. A expectativa da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) é que os certames contratem entre 1 gigawatt (GW) e 2 GWs de fonte eólica no ambiente regulado em 2021. Para o mercado livre, a contratação deverá ficar na faixa entre 2 GW e 3 GW.
“Não haverá leilão este ano”, disse a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, lembrando que não houve declaração de necessidade por parte das distribuidoras. “Para 2021, já pensamos em um leilão razoável”, completou a executiva, em entrevista coletiva após participação no Brazil Wind Power, transmitido por meio eletrônico. A expectativa para a contração no próximo ano, explicou ela, é baseada em uma previsão de crescimento de PIB de 2,5%, conforme indicado por Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégica Econômica do Banco Safra, durante o evento.
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Segundo Elbia, a expectativa é que o parque gerador de energia eólica brasileiro feche o ano com um total de capacidade instalada de 17,4 GW.
Durante sua participação no evento, Elbia destacou que o governo “não precisa colocar as mãos no bolso para atrair investimentos”, mas estabelecer um diálogo e dar um sinal para o mercado e fazer um convite para que os investidores venham ao país. “Temos que formatar esse diálogo, essa comunicação melhor com o mercado. De certa forma, nós já estamos fazendo isso”, completou.
Levy, por sua vez, destacou que o momento é favorável para financiamentos, tanto em moeda local quanto externa, dado que o Real está muito desvalorizado atualmente. “A grande vantagem das renováveis é o baixo risco”, destacou ele, dizendo que modelo de financiamento para projetos de energia eólica e solar, por exemplo, é diferente daquele voltado para combustíveis fósseis.
