O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou nesta sexta-feira, 17 de maio, um grupo de trabalho para fomentar o desenvolvimento de energia eólica no âmbito da indústria.
“O GT é um instrumento indispensável para entender o atual contexto do setor no Brasil e construir propostas para promover um novo ciclo de desenvolvimento do segmento [industrial] com menor pegada de carbono”, afirma Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria da pasta.
Com a presença de agentes públicos e privados, a equipe deve promover a articulação entre governo, empresas e stakeholders do setor para diagnosticar gargalos e oportunidades para o desenvolvimento industrial da cadeia de energia eólica onshore e offshore.
No momento, a geração eólica responde por 15,10% da potência fiscalizada do Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com informações da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), o setor possui 31,1 GW de capacidade instalada em operação comercial e teste, com 11.183 aerogeradores em operação em 12 estados, sendo responsável por mais de US$ 48 milhões em investimentos entre 2012 a 2023.
GT das emissões
O lançamento da equipe ocorreu durante a instalação do grupo de trabalho do Plano Setorial de Mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE) – Setor Indústria. Coordenado pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV), que irá debater e ajudar as estabelecer as metas de descarbonização da indústria no contexto dos compromissos firmados pelo Brasil no Acordo de Paris.
“Esse conjunto de eventos climáticos extremos e cada vez mais frequentes nos levam a mostrar a urgência, a importância e a relevância dessa agenda. Tanto a de adaptação dos setores quanto a de mitigação”, afirmou Rollemberg.
Segundo o MDIC, a proposta do time é construir uma iniciativa que seja aplicável pelo setor privado. A equipe conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das Federações das Indústrias dos Estados de São Paulo (Fiesp) e Minas Gerais (Fiemg), além de representantes dos seis setores industriais que mais emitem: cimento, papel e celulose, alumínio, aço, química e vidro.
Atualmente, a indústria é responsável pela emissão de 6% do total de GEEs emitidos pelo Brasil, deste valor, 85% são disseminados pelos setores que participam do GT, de acordo com a pasta.
Os resultados do GT serão apresentados até novembro ao Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), órgão responsável pela criação do Plano Clima. O documento orientador para que o Brasil mantenha o ritmo de redução do desmatamento e para a transição para a economia de baixo carbono rumo à neutralidade climática deve ser publicado em 2025 pelo MMA.