A nova capacidade de energias renováveis instalada no mundo nos últimos 20 anos, ajudou a reduzir a fatura de combustível do setor elétrico em 2022 em pelo menos US$ 520 bilhões, o cálculo consta no novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês).
Para a agência, os impactos mais significativos das renováveis em relação aos combustíveis fósseis se deram pelo declínio dos preços de tecnologias e equipamentos relacionados às renováveis nos últimos anos. Para exemplificar, o documento aponta que, mesmo com a inflação registrada no ano passado, os custos ponderados ligados a energia solar fotovoltaica caíram 3%, enquanto as fontes eólica, biogás e geotérmica registrou declínio de 5%, 13% e 22%, respectivamente.
Apenas no caso da eólica offshore (2%) e das hidrelétricas (18%) houve crescimento nos custos, devido à participação reduzida da China na implantação de offshore e aos altos custos de projetos hidrelétricos.
“O ano de 2022 foi um verdadeiro ponto de virada quando falamos na implantação das fontes renováveis, uma vez que a sua competitividade em termos de custos nunca foi tão grande, apesar da persistente inflação dos custos de mercadorias e equipamentos em todo mundo. As regiões mais afetadas pelo choque histórico de preços foram notavelmente resilientes, graças ao aumento 6da energia solar e eólica na última década”, afirma o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera.
Na avaliação da Irena, sem a implantação de energias renováveis ao longo das últimas duas décadas, o choque dos preços dos combustíveis fósseis de 2022 teria sido “muito pior”.