Para cumprir a meta de descarbonizar a economia até 2050, o estado de Pernambuco prevê a necessidade de multiplicar por quatro a geração de energia solar e eólica e multiplicar por oito a geração distribuída. A estimativa foi dada pela secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Inamara Melo, durante painel nesta sexta-feira, 11 de novembro, na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Segundo Inamara Melo, o estado conta com 73% de sua energia elétrica vinda de fontes renováveis, com destaque para a solar e eólica. “Para que a energia renovável possa avançar no nosso território, temos que garantir que isso sirva à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e vamos precisar de uma nova normatização para o licenciamento de empreendimentos eólicos e solares”, defendeu.
O governo estadual abriu edital para contratar usinas solares para abastecer os prédios públicos. Outro projeto, por meio de parceria público privada (PPP), vai reduzir os custos para manter o sistema de transposição do Rio São Francisco. Serão investidos R$ 450 milhões no projeto, que vai gerar 700 empregos e reduzir a emissão de gás carbônico em 18 mil toneladas.
Outro estudo apresentado durante a COP27 foi o da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro sobre o potencial de energia eólica, solar, hidrogênio verde e biogás. Segundo o assessor técnico do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea), Telmo Borges, foi identificado potencial para biogás para aumento de 300 milhões para 800 milhões de metros cúbicos por ano.
Hoje o estado é o maior produtor de petróleo e gás do país. São 13 termelétricas e para haver uma compensação energética dessas centrais, o governo estadual publicou um decreto com tratamento tributário diferenciado com aplicação de 2% do consumo destinado a projetos de eficiência energética e mudança para matriz renovável.
Já o subsecretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Eduardo Trani, apresentou na COP27 o plano estadual de ação climática até 2050. O documento está em consulta pública e traz caminhos para descarbonizar a economia.
Trani ressaltou que São Paulo conta com 61% de sua fonte de energia composta por fontes renováveis, com destaques para o etanol e álcool. “Nós temos diminuído a pressão sobre termelétrica, o que é bom, e temos andado no sentido do solar”.
No caso do Rio Grande do Sul, 45% de sua matriz elétrica é composta por hidrelétricas e 27% de eólica. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do estado, Marjorie Kauffmann, destacou no painel que esse potencial deve aumentar já que são 61 projetos de geração eólica onshore em 31 municípios, com investimentos que devem chegar a R$ 90 bilhões.
Já na offshore, na região da Lagoa dos Patos, são mais 21 projetos, todos com pedido de licenciamento, e capacidade de geração de 56,5 GW. O estado conta, ainda, com projetos de hidrogênio verde e fertilizantes.
Segundo Kauffmann, a iniciativa privada é importante para colocar em prática as medidas para avançar na descarbonização do estado. “Nós temos que abrir as portas e deixar que o mercado privado, que tem a expertise, venha e desenvolva a partir de uma estratégia que nós possamos desenhar”, ressaltou a secretária.