Hídrica

Brasil tem potencial de até 13,7 GW para expandir geração por PCHs, estima associação

A Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch) estima um potencial de investimentos de R$ 131 bilhões no setor hidrelétrico, considerando a possibilidade de o Brasil expandir sua capacidade de geração proveniente de PCHs em até 13,7 GW.

Com três unidades geradoras em operação a Pequena Central Hidrelétrica Cavernoso II, no Centro Oeste paranaense, já está funcionando a plena carga, suficente para atender 50 mil habitantes. Foto: Divulgação Copel
Com três unidades geradoras em operação a Pequena Central Hidrelétrica Cavernoso II, no Centro Oeste paranaense, já está funcionando a plena carga, suficente para atender 50 mil habitantes. Foto: Divulgação Copel

A Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch) estima um potencial de investimentos de R$ 131 bilhões no setor hidrelétrico, considerando a possibilidade de o Brasil expandir sua capacidade de geração proveniente de PCHs em até 13,7 GW.

De acordo com a entidade, nos últimos cinco anos foram investidos cerca de R$ 7,9 bilhões para a construção de 113 novos empreendimentos no Brasil e, apenas com a Lei 14.182, que trata da privatização da Eletrobras, haverá a possibilidade de aumentar em até 30% o número de PCHs no Brasil.

A Abrapch também espera que o setor hidrelétrico avance em 2023, tendo em vista os empreendimentos já outorgados, que aguardam licenciamento ambiental e projetos aceitos e registrados na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“O aumento dos investimentos em PCHs e CGHs deverá reduzir as tarifas e eliminar futuras bandeiras tarifárias”, afirmou a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho, que acredita que com um maior investimento em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas.

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Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 MW de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país, com a possibilidade de instalação de outras 2.013.

Para a associação, é fundamental que o setor de energia atenda a demanda pela geração de fonte hídrica, gerando distribuição de investimentos e empregos pelo país. “Vamos reforçar a pauta da necessidade de uma maior isonomia tributária e de incentivos em relação às outras fontes para a viabilização comercial dos projetos disponíveis”, explicou o vice-presidente da Abrapch, Ademar Cury.

Para a entidade, o investimento em PCHs e CGHs pode garantir que mais nenhuma grande usina seja instalada em áreas sensíveis do país, evitando conflitos socioambientais, pois as usinas menores precisam de áreas reduzidas de alagamento e dispensam extensas linhas de transmissão.

A diretora de Assuntos Ambientais da Abrapch, Gleyse Gulin, explica que a evolução dos processos de planejamento e construção das PCHs e CGHs está tornando a atividade cada vez mais sustentável. Ela conta, inclusive, que algumas máquinas em teste no Brasil e outras já disponíveis para a importação, geram energia simplesmente ao serem mergulhadas no rio, aproveitando a correnteza, e sem necessidade de grandes intervenções no meio ambiente.

“As estruturas das pequenas usinas protegem as margens dos rios contra a erosão e possibilitam o uso das águas para irrigação, piscicultura, abastecimento e lazer. A energia gerada por PCHs e CGHs é configurada como a mais limpa entre as outras fontes sustentáveis”, afirmou Gleyse Gulin, diretora de Meio Ambiente da Abrapch.