Hídrica

Com grande parte do potencial em áreas sensíveis, investidores optam por UHEs de até 50 MW

Com grande parte do potencial em áreas sensíveis, investidores optam por UHEs de até 50 MW

A Câmara dos Deputados realizou debate nesta quarta-feira, 1º de dezembro, para discutir a construção de hidrelétricas na região Norte do país. Hoje, o Brasil possui potencial hidrelétrico de 52 GW, dos quais 12 GW são sobrepostos a áreas protegidas, e desse total, 64% estão localizados na região Amazônica, em áreas particularmente sensíveis sob a ótica socioambiental.

Para evitar entraves e riscos aos projetos em áreas que possuem conflitos ambientais ou sociais, os investidores têm optado por projetos menores, de até 50 MW, explicou Paulo Cesar Magalhães Domingues, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

“Muitos empreendedores têm destinado esses estudos para projetos de pequeno porte, de até 50 MW, porque não vai a leilão e a concessão é dada a ele. Então ele tem a certeza de que o estudo hidrológico que ele está fazendo e com a obtenção da licença ambiental, ele vai conseguir viabilizar”, disse o secretário do MME.

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Apenas o Norte do país possui 61% do potencial hidrelétrico nacional, totalizando 32 GW em 50 hidrelétricas, sendo que 50% desse potencial está localizado no estado do Pará.

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O requerimento para a discussão na Câmara partiu do deputado Edio Lopes (PL-RR), por entender que os custos e poluentes das termelétricas fósseis não podem ser aceitos de maneira pacífica pelos consumidores.

No entanto, após as apresentações, Lopes se mostrou frustrado. “Pelo emaranhado de legislação é uma tarefa quase impossível de viabilizarmos, pelo menos no curto e médio prazo, os empreendimentos nessas regiões”.

A participação das hidrelétricas na capacidade instalada do país saiu de 75% em 2005 para 62% em 2020, com a perspectiva de chegar a 54% em 2030, conforme a última publicação do Plano Decenal de Energia.

Por outro lado, as PCHs, com até 30 MW, somada às fontes eólicas, solar e biomassa, saíram de 5% em 2005, alcançando 24% em 2020, e têm a perspectiva de alcançar 33% de capacidade instalada em 2030.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a redução da participação das UHEs ocorre devido a limitada oferta de projetos e a competição com as outras fontes de energia.