Hídrica

Hidrelétricas da Cemig e de Furnas operam em condição de cheia e ampliam vazão

Após períodos de precipitação acima da média, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e aos agentes que as bacias dos rios São Francisco e Grande estão operando em condição de cheia, após períodos de precipitação acima da média.

Hidrelétricas da Cemig e de Furnas operam em condição de cheia e ampliam vazão

Após períodos de precipitação acima da média, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e aos agentes que as bacias dos rios São Francisco e Grande estão operando em condição de cheia, após períodos de precipitação acima da média.

As bacias mencionadas pelo Operador estão localizadas no submercado Sudeste/Centro-Oeste, assim os maiores totais de precipitação nas bacias dos rios Tietê, Paranaíba, no trecho a montante a UHE Três Marias, no São Francisco, e na calha principal do rio Paraná. Segundo a entidade, também foram registrados grandes volumes no subsistema Norte.

As principais geradoras da região, Cemig e Furnas, divulgaram nas duas últimas semanas o regime de operação e controle de vazão de suas usinas. No caso das usinas de Furnas, a última vez que abriram seus vertedouros para controle de cheias ocorreu em 2012.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Furnas: 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em decorrência das fortes chuvas ocorridas dos últimos dias na bacia do rio Grande, o ONS definiu a abertura dos vertedouros das hidrelétricas de Furnas, Mascarenhas de Moraes, Luiz Carlos Barreto de Carvalho e Marimbondo a partir de 13 de janeiro. A usina de Porto Colômbia está com vertedouro aberto desde 9 de janeiro.

“Furnas comunica à população que haverá aumento do nível da água a jusante (após a barragem) das respectivas usinas. A empresa acionou as autoridades locais para que adotem providências visando à segurança de todos”, disse a empresa em comunicado.

No caso da UHE Furnas, o vertedouro foi aberto em 500 m³/s para controle de nível de reservatório, que estava na elevação de 766,33 metros, o que corresponde a um volume útil de 86,53%. Da mesma forma, Mascarenhas de Moraes, teve a liberação de 500 m/s, num momento em que se encontrava com elevação 664,44 metros, o que corresponde a um volume útil de 83,98%.

Na mesma data, Furnas liberou o vertedouro foi aberto na UHE Luiz Carlos Barreto de Carvalho, em 1.000 m³/s para controle de nível de reservatório, que se encontrava na elevação 621,68 metros, o que corresponde a um volume útil de 79,29%, enquanto o vertedouro de Marimbondo foi aberto em 500m³/s para controle do nível do reservatório, chegando a 2.000 m3/s. O reservatório da usina estava na elevação 443,14 metros, o que representa volume útil de 75,37%.

A UHE Porto Colômbia teve seu vertedouro aberto em 9 de janeiro, em vazão de 800 m³/s, com elevação 466,80 metros, representando um volume útil de 75,80%.

Cemig 

A UHE Irapé atingiu 87,4 % do volume em 11 de janeiro, sendo necessária a ampliação da sua vazão defluente para 500 m³/s, o que corresponde à metade de vazão turbinada e metade de vazão vertida.

Para a operação da PCH Cajuru, localizada entre os municípios de Carmo do Cajuru e Divinópolis, a Cemig declarou que a usina “cumpriu um papel essencial de proteção às comunidades ribeirinhas, ao utilizar seu volume vazio para comportar uma cheia que atingiu seu valor máximo de 813 m³/s” em 8 de janeiro.

O mesmo evento foi visto no rio Itapecerica, que corta a cidade de Divinópolis e deságua 34 km após a barragem no mesmo rio Pará. Já no rio Itapecerica, a empresa registrou vazões acima do limite verificado no ano de 2022, atingindo uma vazão máxima de 325 m³/s na mesma data.

“Durante todo esse evento de cheia, foi possível liberar uma vazão de apenas 150 m³/s, estocando essa diferença de mais de 650 m³/s no reservatório”, disse a Cemig.  Para controlar o nível de armazenamento do reservatório, a empresa ampliou a liberação de água para 250 m³/s.

O volume foi ampliado previamente nos dias seguintes, de forma que o patamar de 600 m³/s na região de Carmo do Cajuru não fosse atingido e nem afetasse as populações ribeirinhas.

No dia 6 de janeiro, a Cemig informou que a formação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) elevou significativamente o volume de chuvas em Minas Gerais, na maior parte da faixa central do estado.

“Em Três Marias, as vazões que chegam superaram 2.000 m³/s nesta sexta-feira [6/1], com tendência de permanecerem elevadas ao longo da próxima semana. Com isso, o reservatório começou a ganhar nível de forma mais rápida, atingindo 66% de sua capacidade normal de armazenamento. Ao longo dos últimos dias a vazão liberada era de 300 m³/s”, explicou a Cemig em nota.

Como consequência, foi necessário ampliar a liberação de água da usina a partir de 9 de janeiro, com a abertura das comportas, ainda em patamar reduzido, com o aumento de vazões a partir das 8h, com o somatório de vazões vertidas (pelas comportas) e turbinadas (pelas unidades geradoras) totalizando 800 m³/s.