Seca no Norte

Seca paralisa unidades geradoras da UHE Santo Antônio

Hidrelétrica Santo Antonio, barragem do rio Madeira/Crédito: divulgação
Hidrelétrica Santo Antonio, barragem do rio Madeira/Crédito: divulgação

A Eletrobras informou que a usina hidrelétrica (UHE) Santo Antônio paralisou as unidades geradoras localizadas na margem esquerda e no leito do rio, que atingiram os limites operativos em função das baixas vazões no rio Madeira.

A paralisação das unidades geradoras ocorreu nesta terça-feira, 3 de setembro, às 14h.

Segundo a Eletrobras, a geração de energia ficou concentrada em sete unidades geradoras localizadas no grupo Gerador 1, na margem direita do rio, que estão sincronizadas no setor de 500 kV da usina.

Apesar da manobra, a Eletrobras informa que não há previsão de parada total da geração na usina, que segue em operação com vazões próximas a mínimas históricas (2.700 m³/s) e geração efetiva de aproximadamente 490MW médios.

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“Apesar dos desafios gerados pela crise hídrica na região Norte, a Eletrobras tem adotado medidas técnicas e operacionais para minimizar o risco de paralisação da geração na Hidrelétrica Santo Antônio este ano. Porém, por ser uma usina a fio d’água, caso haja uma diminuição muito maior nas vazões, pode ser necessária esta medida”, diz a empresa em nota.

Em outubro de 2023, a Santo Antonio Energia interrompeu, excepcionalmente, a operação da hidrelétrica Santo Antonio após registrar redução nos níveis de vazão do rio Madeira, abaixo de 50% da média histórica.

Seca mais severa da história

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) já declarou situação de escassez quantitativa de recursos hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes até 30 de novembro.

Nesta terça-feira, 3 de setembro, Porto Velho registrou 1,02 m – a cota mais baixa observada em quase 60 anos, desde o início da série histórica, em 1967. A marca supera a cota de 1,10 m registrada duas vezes, nos meses de outubro e novembro, em 2023. Os dados são do novo boletim de monitoramento hidrológico da bacia, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Sem previsões de chuvas para a região, as projeções indicam que o nível do rio deve continuar a descer, agravando ainda mais a crise hídrica. “Estamos acompanhando o cenário e devemos instalar, pela primeira vez na história de Porto Velho, uma régua que vai até a marca zero”, destaca o engenheiro hidrólogo Guilherme Jordão Cardoso, da Residência de Porto Velho (REPO). A instalação da nova régua linimétrica será realizada nesta quinta-feira.

Conforme informações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), os meses de junho, julho e agosto deste ano registraram o menor volume de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste da série histórica. A previsão para os meses de setembro a novembro indica chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste e temperatura acima da média histórica em todo o Brasil.