As energias renováveis deverão continuar como protagonistas da expansão da capacidade instalada global de energia no período de 2020 e 2025, mesmo com um cenário de incertezas regulatórias e de desaceleração econômica, que devem reduzir a demanda global de energia em 5% neste ano. A previsão é apontada em estudo divulgado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), nesta terça-feira, 10 de novembro.
No horizonte do estudo, as energias renováveis devem responder por 95% do aumento líquido da nova capacidade global de energia, sendo responsáveis pelo suprimento de um terço da eletricidade mundial. A energia hidrelétrica continuará fornecendo quase metade da energia renovável global, seguida pela energia eólica e solar fotovoltaica.
Considerando apenas as fontes eólica e solar, a capacidade total instalada deve ultrapassar a de gás natural em 2023 e do carvão mineral em 2024. Sozinha, a fonte solar fotovoltaica responderá por 60% do aumento da capacidade renovável até 2025, e a energia eólica por outros 30%.
A queda nos custos das energias renováveis está mudando o papel do investidor dos projetos e deve triplicar dos atuais 5% para 15% até 2025, no que diz respeito aos contratos corporativos de compra de energia, usinas com maior exposição aos preços de energia no atacado ou outros contratos.
Mesmo assim, a capacidade do mercado regulado deve continuar a crescer, seja por meio de leilões ou emissão de certificados verdes, devendo cobrir 60% da expansão das fontes renováveis no mundo nos próximos cinco anos. Também são previstos investimentos das principais empresas de petróleo e gás natural em nova capacidade de energia renovável, que deve aumentar dez vezes entre 2020 e 2025.
Fim dos subsídios
Se por um lado a IEA revisou para cima a previsão do aumento da capacidade renovável a partir de 2021, o fim dos incentivos nos principais mercados e incertezas de políticas públicas levaram a agência a reduzir a previsão de aumento da capacidade em 2022. Em particular, o aumento da capacidade de energia eólica onshore deve reduzir 15% globalmente, enquanto a expansão da energia eólica offshore continua a acelerar.
O motivo é que na China os subsídios para a eólica onshore e solar fotovoltaica terminam neste ano, enquanto o da eólica offshore termina em 2021. Nos Estados Unidos também está prevista a redução dos subsídios, concedido por meio de créditos fiscais para geração eólica onshore, enquanto na Índia identifica-se dificuldades financeiras das empresas de distribuição e na América Latina, dos leilões regulados.
Caso essas incertezas sejam solucionadas, o aumento global da geração de energia solar e eólica podem aumentar em mais de 25% em 2022, levando a um recorde de 271 GW de energias renováveis.