Micro e minigeração distribuída

Crescimento da MMGD tem provocado gargalos sistêmicos em rede da Cemig, aponta ONS

O crescimento da mini e microgeração distribuída (MMGD), principalmente da fonte solar, está restringindo o escoamento da geração e causando gargalos sistêmicos no sistema da rede básica das regiões norte e do Triângulo de Minas Gerais, segundo nota técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Não há capacidade remanescente para o escoamento de novas plantas de geração em condições normais de operação e/ou em situações de contingência, notadamente na condição de carga média que representa o período diurno e, portanto, de geração fotovoltaica elevada”, afirma o documento.

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O crescimento da mini e microgeração distribuída (MMGD), principalmente da fonte solar, está restringindo o escoamento da geração e causando gargalos sistêmicos no sistema da rede básica das regiões norte e do Triângulo de Minas Gerais, segundo nota técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

“Não há capacidade remanescente para o escoamento de novas plantas de geração em condições normais de operação e/ou em situações de contingência, notadamente na condição de carga média que representa o período diurno e, portanto, de geração fotovoltaica elevada”, afirma o documento.

Desde 2019, o estado apresenta um aumento expressivo de ofertas de projetos no Ambiente de Contratação Livre (ACL), por meio da formalização de pedidos de solicitação de informação de acesso e/ou de solicitação de acesso para usinas fotovoltaicas, de modo que a geração prevista deve incrementar 20 GW ao sistema até o fim de 2026.  

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Diante desse cenário, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) realizou estudos e recomendou a implantação de reforços na região para ampliar a margem para a instalação de novos empreendimentos de geração de energia e dar maior confiabilidade ao atendimento elétrico às cargas dessas regiões. Mais recentemente, a EPE publicou relatório sugerindo reforços estruturais para a ampliação da capacidade de transmissão. 

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Entretanto, mesmo com a solução estrutural recomendada pela empresa de pesquisa, o ONS aponta que sobrecargas ‘inadmissíveis’, acima da capacidade de emergência, são esperadas na rede de alta tensão da distribuidora Cemig, o que tornaria “insustentável” o volume esperado para entrar em operação nos próximos anos. 

Além disso, o Operador destaca a necessidade de uma nova avaliação de soluções locais, tendo em vista os pedidos de conexão de novos empreendimentos de geração solar de médio porte e de MMGD, e que pode provocar um “fluxo reverso”, já que a capacidade das usinas é maior que o consumo de energia no estado.

O documento publicado pelo operador é um estudo preliminar e antecipa resultados que integrarão o Planejamento Elétrico de Médio Prazo do ONS (PAR/PEL). 

A área de Minas Gerais é composta pelas regiões Metropolitana, Triângulo, Leste, Mantiqueira, Norte, Sul (Lavras e Poços) e Oeste (Passos e Gafanhoto), que totalizam atualmente uma carga máxima de aproximadamente 10,2 GW e um parque gerador da ordem de 19 GW de potência instalada de geração síncrona, dos quais 84% são de hidrelétricas (UHE) e 3 GW de geração assíncrona, notadamente geração solar fotovoltaica, 1.200 MW derivados de PCHs, 500 MW de termelétricas e 950 MW de usinas de biomassa.