O mundo precisa dobrar sua capacidade de geração de energia nuclear até 2050 para atingir as metas do acordo de Paris de reduções de emissões de gases poluentes, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“No contexto atual de crise energética global, preços vertiginosos de combustíveis fósseis, desafios de segurança energética e compromissos climáticos ambiciosos, acredito que a energia nuclear tem uma oportunidade única de encenar um retorno”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.
As projeções da IEA apontam que a capacidade instalada de usinas nucleares deve sair de 413 GW no início de 2022 para 812 GW até 2050, sendo que a maior parte da expansão vai acontecer na China, antes de 2030. Para isso, os investimentos anuais em energia nuclear deve sair dos US$ 30 bilhões da década passada para mais de US$ 100 bilhões em 2030, permanecendo acima de US$ 80 bilhões por ano até 2050.
Segundo o documento, hoje, 63% das usinas nucleares do mundo tem mais de 30 anos, e estão perto do fim de suas licenças de operação. Sem novos investimentos, a capacidade nuclear do mundo cairia para 310 GW em 2050, reduzindo o percentual da fonte na matriz global de 10% para 3%, dificultando e encarecendo os esforços para que as emissões sejam zeradas no prazo.
Para a expansão ocorrer, Fatih Birol defende políticas mais “robustas” dos governos para garantir a operação segura e sustentável de usinas nucleares nos próximos anos, além de investimento em novas tecnologias. Segundo o estudo, investimentos poderiam aumentar a vida útil das instalações, algo que já vêm sendo realizado em alguns países.