Geração

Nottus prevê chuvas fracas até setembro

Condições favoráveis de geração das fontes eólica e solar fotovoltaica e queda em reservatórios devem impactar preços de energia, diz Nottus.

UHE Foz da Areia - Foto divulgação Copel
UHE Foz da Areia / Foto divulgação Copel

A geração das fontes eólica e solar fotovoltaica devem continuar em condições favoráveis no Brasil até setembro, especialmente no norte de Minas Gerais e na região Nordeste do país, compensando a redução da geração hidrelétrica causada pelas menores chuvas nos reservatórios das usinas, segundo previsão da Nottus Meteorologia.

“Estamos começando o período seco com os reservatórios registrando quedas diárias em torno de 0,2% e 0,3%, se tratando do sistema interligado de forma geral. Isso é natural para essa época do ano, mas não está pior por que as gerações eólicas e solar têm sido fantásticas e, em alguns momentos, vêm suprindo 20% da carga, em média. Nos próximos três meses, a geração eólica e solar devem continuar ajudando o Sistema Interligado Nacional (SIN)”, destacou Alexandre Nascimento, sócio-diretor da Nottus Meteorologia, durante coletiva de imprensa.

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Segundo o executivo, os reservatórios localizados nas bacias do Grande Paranaíba e do Tocantins, localizados no Nordeste e no Norte, e do Rio São Francisco, situados nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro Oeste, por exemplo, devem registrar tendência de zero chuva ou algo próximo de forma gradual nos próximos três meses, sendo a região Sul um possível contraponto.

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Caso as previsões se concretizem, Nascimento pontou que há uma chance de elevação dos preços de energia para o período.

“Em relação aos preços. Não vou me arriscar. Tem ativos, a Thymos Energia, que poderia ajudar. Mas, acompanhamos o mercado e estamos vendo que existe uma tendência ‘altista’ para os próximos meses”, disse Nascimento.

Nottus: Consolidação do fenômeno La Niña

Com base em cálculos matemáticos e probabilísticos da NOAA, a expectativa da Nottus é que as chuvas comecem a se manifestar só no final de setembro e de forma irregular.

“A chuva na costa do Nordeste nos próximos meses não alcança a média histórica. Já os ventos seguem intensos, o que deve continuar favorecendo a geração de energia eólica. Além disso, a geração solar fotovoltaica também é favorecida em virtude da pouca nebulosidade. À medida que a temporada das chuvas estiver se aproximando, será possível delinear com mais acuracidade o que La Niña reservará para o setor elétrico”, explicou Alexandre Nascimento.

De acordo com Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus, o El Ninõ não está mais vigente. Conforme dados citados por ela do último relatório do NOAA, o próximo fenômeno será o La Ninã, que deve se desenvolver ao longo do segundo semestre do ano.

“A probabilidade é que ele comece se consolidar de agosto a outubro, com chance de ir aumentando gradativamente, até atingir 85% de probabilidade na virada do ano. Quanto à sua intensidade, de acordo com o mesmo relatório do NOAA, por enquanto a expectativa é de um La Niña de fraco a moderado”, destacou a executiva.

Diante da probabilidade de um novo período de influência do La Niña, Brandt acredita que pode haver um possível o aumento dos reservatórios, trazendo mais segurança ao fornecimento de energia.

“Historicamente, a La Niña costuma atrasar o período de chuva, mas os modelos numéricos de previsão, por enquanto, não apontam isso. Precedentemente, temos o inverno que normalmente já é seco, e ainda corremos o risco de atraso no início do período úmido, como já foi observado em outros eventos de La Niña. Depois, a estiagem até é compensada durante o verão, com um regime de chuvas mais denso e com maior duração”, completou Nascimento.

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