Sem recomposição dos reservatórios no Sul, o submercado deve manter a geração hidráulica baixa para poupar os reservatórios e as térmicas ligadas, conforme deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), além de continuar como importador de energia. A perspectiva foi apresentada nesta quinta-feira, 26 de novembro, na reunião do Planejamento Mensal da Operação (PMO).
A crise hídrica na região Sul provocou a adoção dessas medidas desde outubro. De forma menos drástica, no Sudeste/Centro-Oeste, a geração térmica fora da ordem mérito deve permanecer no submercado, enquanto a geração hidráulica apresenta queda, dado o esgotamento dos reservatórios e condições de precipitação abaixo da média em bacias importantes.
E a previsão é de que a hidrologia se mantenha baixa em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), com exceção da bacia do Madeira. A evolução dos armazenamentos dos reservatórios do Sudeste, por exemplo, aponta níveis críticos, abaixo de 10% para Itumbiara e de 15% para São Simão. Já no rio Paraná, Ilha Solteira e Três Irmãos juntas estão próximas do nível mínimo operativo de 46%.
Com a degradação do armazenamento dos reservatórios nesses submercados, o Operador Nacional do Sistema (ONS) espera operar algumas usinas dessas regiões a fio d’água, enquanto não ocorrer uma melhoria das condições hidrológicas. As condições deverão ser monitoradas pelo CMSE durante mês de dezembro.
Para ajudar a controlar essa degradação do armazenamento, o ONS está apresentando ao CMSE propostas de flexibilização de restrições para o aumento das disponibilidades energéticas. Entre elas, destacam-se: a realização de uma operação em caráter excepcional no rio São Francisco, sem a consideração de vazões máximas mensais em dezembro de 2020, e providências para flexibilização do reservatório da hidrelétrica Ilha Solteira.