A argentina Pan American Energy, que desembarcou no Brasil em 2021 e já opera o parque eólico Novo Horizonte, na Bahia, tem planos ainda mais ambiciosos para o país. A empresa planeja desenvolver um hub de energia renovável na Bahia, com capacidade próxima a 2 GW. Além disso, trabalha para comercializar gás natural no país, incluindo o de Vaca Muerta.
Em entrevista ao Estúdio MegaWhat no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, que aconteceu nos dias 11 e 12 de abril no Rio de Janeiro, o diretor-geral da Pan American Energy no Brasil, Alejandro Catalano, comentou sobre a estratégia da empresa. Confira a íntegra da entrevista no YouTube da MegaWhat.
Segundo ele, no momento, o primeiro objetivo é concluir o parque eólico Novo Horizonte, que tem capacidade total de 423 MW, com parte já em operação comercial. Em paralelo, a companhia estuda meios de expansão: “Temos planos para implantar um projeto solar, que ainda está em etapa de desenvolvimento. Ele está do lado do parque eólico, então a ideia é associá-los e fazer um parque híbrido”, disse Catalano.
Este parque solar deve ter até 400 MW de potência e já tem a outorga da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas depende do Operador Nacional do Sistema (ONS) para definir os acessos e a potência instalada final. “Estamos trabalhando com as licenças”, disse o executivo.
“Também estamos avaliando, dentro da Bahia mesmo, fazer um hub de energias renováveis com outros projetos eólicos e solares, que poderiam alcançar até 1 GW a mais”, adiantou Catalano. Assim, a empresa pode chegar perto de 2 GW instalados no Brasil.
Gás natural
Outro grande objetivo da Pan American Energy é trazer ao Brasil uma de suas principais frentes na Argentina: as atividades relacionadas a gás natural. Por aqui, o plano é atuar na comercialização.
“Nós temos uma posição bem forte lá na Argentina na produção de gás natural, especialmente o gás da Bacia de Neuquén, da formação Vaca Muerta, que tem recursos para abastecer não só a Argentina, mas toda a região. Então, nós estamos trabalhando para chegar até o Brasil, a Bolívia, ou outros lados, oferecendo gás natural”, planeja.
Alejandro Catalano avalia que a forma mais rápida de trazer o gás argentino seria por gasodutos. O caminho, entretanto, depende de obras de infraestrutura. Parte do trajeto já está pronto, por meio do gasoduto Nestor Kirchner, que leva o gás de Vaca Muerta até a província de Buenos Aires.
“E um projeto de reversão de um gasoduto norte, que hoje tem um fluxo norte-sul, mas vai ser sul-norte para abastecer o norte da Argentina, e poderia chegar eventualmente até Bolívia e Brasil”, explica o executivo.